O Presidente da República, João Lourenço, recebeu, ontem, em audiência, o presidente da Companhia petrolífera Total e o representante de uma delegação dinamarquesa, visando alargar os níveis de cooperação.
POR: Neusa Filipe
As novas dinâmicas introduzidas recentemente no sector petrolífero pelo Executivo angolano estão a gerar mais oportunidades para aumentar e melhorar os níveis de investimento e de produção no sector. A afirmação é do presidente e director-geral da Total, Patrick Pauyowné, que falou em à imprensa no final da audiência que ontem lhe foi concedida, no Palácio Presidencial, pelo Presidente da República, João Lourenço.
Segundo Patrick Pauyowné, no encontro com o Chefe de Estado angolano foram abordados todos os temas relevantes da Total em Angola, como primeiro operador. Patrick Pauyowné considerou que a nova dinâmica que o Presidente da República, João Lourenço, desde muito cedo introduziu no sector petrolífero, está a permitir a assinatura de novos contratos e acordos entre a Sonangol e a multinacional francesa.
A título de exemplo, citou o lançamento de um projecto de desenvolvimento denominado Zínea 2 que representa um investimento superior a USD 1,3 biliões e que passará a produzir quarenta mil barris de petróleo por dia. O responsável salientou ainda que o projecto já em curso, denominado Kaombo 1 e 2, vai produzir, até 2019, 230 mil barris por dia.
Os referidos acordos assinados incluem também a troca de conhecimento e a formação de quadros angolanos, tanto na área de petróleos, como em outras. “Com esta nova dinâmica introduzida no sector dos petróleos abrem-se oportunidades para acrescentar os níveis de investimentos. A Total é um parceiro em Angola e continuará a impulsionar o futuro da indústria petrolífera no país, mais oportunidades virão, com certeza”, declarou Patrick Pauyowné.
Dinamarca pretende instalar a maior fábrica de fertilizantes em Angola
O Presidente da República, João Lourenço, recebeu, ainda em audiência, no Palácio Presidencial, Bjerne Clausen, representante de uma delegação dinamarquesa que pretende construir em Angola a maior fábrica de fertilizantes da África Subsahariana, avaliada em USD dois Biliões e que vai produzir cerca de dois milhões de toneladas/ano.
No final do encontro, Bjerne Clausen referiu que a construção da fábrica de fertilizantes em Angola vai criar uma nova era na revolução verde e cerca de quatro mil postos de emprego directos e quarenta mil postos de emprego indirectos, esperando que seja um investimento totalmente privado.
“Nós podemos começar de imediato com as obras, desde que haja a concessão da parcela de terra, um contrato de abastecimento de combustível e desde que tenhamos um contrato de estabilidade de preços. Quanto à localização, nós queremos que a fábrica esteja na parte Norte do país, concretamente no Soyo, província do Zaire, onde já fizemos alguns trabalhos de fertilização”, disse Bjerne Clausen.
No que respeita à matéria-prima necessária para os trabalhos básicos e de limpeza de terrenos para a concretização do projecto, o representante dinamarquês informou que precisam de gás natural e de terra. “Estamos ainda em processo de negociação com o Presidente da República, esperamos que nos possa conceder esse direito de construção da fábrica, bem como o de contrato do gás natural e da questão de estabilização de preços, depois disso queríamos começar com o estudo de avaliação do impacto ambiental”, sublinhou. Considerou que com a construção da fábrica em questão, Angola poderá ter grandes vantagens, o que vai aumentar a produção e a produtividade a nível local, podendo ainda servir de fonte de fertilizantes para os restantes países.