A união Nacional dos Trabalhadores Angolanos – Confederação Sindical (UNTA- CS) anunciou, ontem, a pretensão de apresentar, na primeira quinzena de Setembro próximo, um novo caderno reivindicativo ao Executivo
Segundo o secretário- geral da organização, José Laurindo, a medida deve-se ao fac- to de não estarem satisfeitas as recomendações do Memorando de Maio de 2022 e da Declaração de Maio último, apresentada por ocasião do Dia Internacional do Trabalhador. O memorando de 2022, entregue pela Central Geral dos Sindicatos Independentes e Livres de Angola (CGSILA), pela UNTA-CS e pela Força Sindical, contém as várias reivindicações dos trabalhadores, com realce para o salário mínimo nacional.
O salário mínimo nacional, nos sectores do comércio e da indústria extractiva, está fixado em 48.271,73 kwanzas, para os agrupamentos dos transportes, dos serviços e da indústria transformadora, no valor de 40.226,44 kwanzas, e para o agrupamento da agricultura, no montante de 32.181,15 kwanzas. Segundo o secretário-geral da UNTA-CS, que falava em conferência de imprensa, o novo caderno reivindicativo trará, no essencial, a exigência da melhoria salarial dos trabalhadores e a adopção de novas políticas macro-económicas, para fazer face ao aumento da inflação, dos níveis de desemprego e às dificuldades de acesso às divisas.
De acordo com o sindicalista, o Executivo deve implementar novas reformas políticas para reduzir a incerteza económica e estimular o investimento privado, principalmente no sector agrícola, a fim de estimular a produção de bens e consumo. “O baixo salário que os funcionários têm perde o poder de compra e diminui a aquisição de bens e serviços para a sua sobrevivência”, disse José Laurindo, tendo sublinhado que o novo caderno poderá ser subscrito por outras associações. A UNTA-CS foi fundada em 16 de Abril de 1960, na cidade de Kinshasa, durante o Congresso dos Trabalhadores Angolanos no Exílio.