O novo homem forte do município sede da província já foi apresentado à sociedade pelo governador, depois de este lhe ter conferido posse na semana finda.
Armando Vieira, que substitui no cargo Paula Marisa, governando três anos, prometeu tudo fazer na perspectiva de proporcionar melhor qualidade de vida aos munícipes.
Na visão do administrador, tal só será possível caso encontre a colaboração de todas as forças vivas da sociedade local.
O administrador admite, porém, não ser mágico, porém traz consigo uma experiência governativa que pode ser positiva para Benguela, porque acumulava sete anos como administrador de Quilengues e quatro à frente dos destinos do Lubango, ambos nas circunscrições administrativas da província da Huíla.
O governante assume o município numa altura em que o Governo central desembolsou cerca de 100 milhões de dólares para a reparação de estradas nas cidades do Lobito e Benguela, uma informação já passada pelo governador em sede de uma reunião do MPLA.
Saliente-se, pois, que essas duas cidades são também as principais beneficiadas do Plano Integrado Emergencial de Benguela, orçado em 415 milhões de euros, uma espécie de coqueluche com que Luís Nunes conquistou o coração dos benguelenses, cuja execução começou em 2021.
“As obras estão em curso, tendo em conta um desembolso financeiro, agora já há, parece, uma luz ao fundo do túnel”, ressalta o administrador municipal de Benguela.
Armando Vieira diz ter já definidas áreas consideradas prioritárias para atacar imediatamente, destacando-se, de entre outras, a de saneamento básico.
Armando Vieira considera imperioso olhar para o padrão da cidade, na base do Código de Postura, para organizar a venda no casco urbano, não se concebendo o facto de zungueiras venderem em tudo quanto é canto da cidade e, acto contínuo, definir um lugar para as acomodar.
A isso – também – associa a definição de paradas para moto-taxistas, uma franja social que tem reclamado de repressão da Polícia Nacional.
“As sociedades têm padrões. Se nós queremos ter uma boa saúde, temos de ter bons cidadãos, temos de ter bons munícipes.
Temos que organizar o nosso município. Há coisas que não se admitem, temos que contribuir todos para mudar o austral. Vender nos passeios, estacionar os motociclos em cima de passeios, não respeitar o Código de Estrada(…)”, elencou Vieira, ao considerar necessário melhorar de forma eficiente a gestão de resíduos sólidos para o qual espera a contribuição de cada munícipe.
“Descaracterizar os nossos edifícios habitacionais, que têm uma arquitectura apropriada desde o tempo da outra senhora, a fazer construções de betão à frente desses municípios a olho de todos, não podemos permitir isso’’, aponta o governante.
Ele reconhece que o país não goza lá de boa saúde financeira, por motivos sobejamente conhecidos, mas acredita que a vida governativa não se resume só em dinheiro. A participação de cidadãos afigurase como uma mais-valia – disse.
“Eu vim para trabalhar. Se tenho capacidade ou não para dirigir Benguela, o tempo dirá. Serão os munícipes que vão avaliar o meu trabalho”, projecta, ao sinalizar que veio para fazer melhor e cumprir as orientações que vierem a ser emanadas por Luís Nunes e “pelo meu partido.
O partido que ganhou as eleições tem um programa de governação, e eu sou mais uma peça, um jogador que veio ajudar a materializar este grande programa”, sublinha.
Na ocasião, o governador Luís Nunes pediu colaboração à sociedade, sustentando que não se trabalha sozinho e, por isso, precisa de todos para fazer mais e melhor em prol de Benguela.
“Não podemos só criticar por criticar. Os administradores têm que ouvir mais cidadãos”, advertiu aos membros do conselho de auscultação, aos quais apresentou o novo inquilino de Benguela.
“Temos que estar unidos. É isso que eu peço a vocês. Foi para isso que eu vim, para pedir mais uma vez a união e que todos participem no sucesso, para tornarmos uma Benguela melhor para se viver”, sugeriu o governante, realçando, numa espécie de apelo aos administradores, que está farto de discursos, porque “muita palavra não gosto, mais acção, e é isso que vou pedir ao administrador. Eu vou cobrar”, prometeu.
Por: Constantino Eduardo, em Benguela