Nesta “espinhosa e nobre missão”, Suzana de Abreu quer contar com a participação de todos, cada um a seu nível e no seu lugar, para “juntos elevarmos os níveis de qualidade e bem-estar das nossas populações na província”.
“Temos consciência que a actual conjuntura do país vai exigir de nós mais empenho, audácia, inteligência, disponibilidade, responsabilidade e, acima de tudo, compromisso com a nação”, afirmou Suzana de Abreu, a terceira mulher a governar Cabinda, depois de terem já passado Aldina Matilde da Lomba e Mara Quiosa.
Para tal, a nova governadora apela aos futuros colaboradores, e não só, a terem foco na actuação, para juntos caminharem para o bem do povo.
Nesta perspectiva, Suzana de Abreu diz estar aberta às críticas e observações construtivas, reiterando o compromisso de trabalhar com dedicação e zelo para o desenvolvimento da província.
“Teremos muito prazer em trocar ideias e pontos de vista com diferentes perspectivas, independentemente da sua etnia, grau académico, estatuto social, filiação política ou religião”, garantiu.
No acto da sua apresentação, que decorreu no centro cultural Chiloango, Suzana de Abreu agradeceu à confiança apostada em si pelo Presidente da República, João Lourenço, para estar à frente dos destinos da província de Cabinda, bem como pelas palavras de encorajamento da governadora cessante, Mara Quiosa, tendo retribuído a nova governadora da província do Cuanza-Sul sucesso e muita saúde na missão que lhe foi confiada, e que “estaremos receptivos a todo apoio que vier da vossa parte para uma transição suave.
” Depois de felicitar a confiança depositada pelo Titular do Poder Executivo à nova governadora de Cabinda, o ministro da Administração do Território, Dionísio Manuel da Fonseca, apelou para que Suzana de Abreu aproveitasse “esse entusiasmo da província de Cabinda para trabalhar com o povo e com os ex-colegas administradores municipais, com a equipa muito dinâmica que encontrou, fazendo, naturalmente, os ajustes onde se revelar necessário, para continuar essa marcha triunfante do desenvolvimento dessa parcela do território nacional”.
O ministro Dionísio da Fonseca considerou a nova governadora de Cabinda como sendo uma mulher forjada ao trabalho, com qualificações pessoais, académicas e profissionais bastante assinaláveis.
Referiu ainda que, Suzana de Abreu, que na altura da sua nomeação exercia as funções de administradora do município de Belize, tem um percurso pelo sector empresarial privado reconhecido e é, acima de tudo, uma cidadã angolana que está disposta e disponível para desenvolver a província de Cabinda.
Em relação à governadora cesante, o ministro da Administração do Território aprovou o trabalho desenvolvido por Mara Quiosa, já que “conseguimos vislumbrar uma boa coesão e boa interacção entre o Governo da província de Cabinda e as administrações municipais e, sobretudo, um trabalho de grande aproximação com a sociedade civil, com as forças da ordem e segurança, igrejas, autoridades tradicionais, ou seja, com toda a população de Cabinda.”
No seu discurso de despedida, Mara Quiosa exprimiu o seu mais vivo e profundo agradecimento à população de Cabinda que a acolheu com muito carinho e amizade, “fazendo com que me sentisse em casa”.
Com a voz embargada de emoção, Mara Quiosa afirmou que todo o apoio e solidariedade dos cidadãos de Cabinda transmitiramlhe energia positiva necessária para enfrentar juntos os desafios da governação, na busca de soluções para os diversos problemas e a motivação para concretizar acções, através de execução de importantes projectos estruturantes na província.
“Estamos a nos referir das obras de construção do porto de águas profundas do Caio, da implantação da Refinaria de Cabinda, do início da obra de construção do Aeroporto Internacional de Cabinda, a construção do aterro sanitário, o arranque da reabilitação de 295 quilómetros de vias do Yabi ao Alto Sundi e a construção da central fotovoltaica de 90 MW, na localidade de Chinganga”, citou.
Mara Quiosa referiu ainda outras realizações levadas a cabo ao longo do seu consulado na província de Cabinda, com a execução de projectos que permitiram melhorar o fornecimento de energia e água às populações, as acções do PIIM, que estão a proporcionar o aumento da oferta de unidades de saúde e de salas de aulas, assim como o programa do Kwenda, que já beneficiou cerca de 11 mil e 924 famílias vulneráveis em toda província.
Mencionou o impacto positivo do projecto de desenvolvimento da cadeia de valores agrícola no sector da agricultura, financiado pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), que contribui para a segurança alimentar e nutricional, a geração de empregos e a criação de rendimentos para as famílias no meio rural.
“Temos a convicção de que não poupamos esforços para oferecer melhor qualidade de vida às nossas populações e agradecemos pela colaboração de todos, cujo apoio permitiu a nossa acção governativa”, referiu.
Ao terminar, Mara Quiosa, actual governadora da província do Cuanza-Sul, enfatizou a necessidade do apoio de todos à nova governadora de Cabinda. “Cuidem dela da mesma forma que o fizeram comigo, primando sempre por uma governação aberta, dialogante e participativa”.
Por: Alberto Coelho, em Cabinda