O MPLA pretende mudar a forma de actuação em Cabinda de modo a anular a desvantagem que tem tido a favor da oposição nos últimos dois pleitos eleitorais, sobretudo, em 2022, em que a UNITA elegeu quatro (dos cinco) deputados ao nível deste círculo eleitoral provincial
Em missão de trabalho, para avaliar o funcionamento das estruturas de base locais, o chefe da equipa de acompanhamento do BP para Cabinda, Pedro Neto, afirmou, à imprensa, que a actividade do MPLA na província vai ganhar um novo “modus operandi” para melhorar o desempenho do partido na região mais ao Norte do país. “É por isso que estamos aqui para que todos de mãos dadas possamos melhorar o desempenho partidário nessa província”, assegurou.
Para Pedro Neto, mais do que inverter a situação é fazer com que Cabinda volte a ser uma província do MPLA. “Uma província que tem um histórico muito grande em relação ao MPLA. Aqui foi a segunda região político/militar do MPLA. Temos capacidade para in- verter e acima de tudo para se reafirmar porque os nossos militantes de ontem ainda são os nossos militantes de hoje.” Para os possíveis militantes desavindos, pediu para que estes acreditem na força do MPLA para que “possamos levar quer o nosso partido quer o nosso governo para os patamares que todos desejamos.”
A apatia que se tem registado na conclusão de algumas obras estruturantes de impacto sócio- económico que visam catapultar o desenvolvimento da província e melhorar o nível de vida das populações tem sido a principal causa da derrota do MPLA, em Cabinda. A esse propósito, referiu que o trabalho futuro é corrigir aquilo que não foi bem feito e permitir que os programas do governo se- jam implementados com a qualidade que se impõe.
“Só com a implementação desses programas poderemos satisfazer as necessidades básicas do nosso povo e melhorar a qualidade de vida das pessoas.” Questionado sobre o desempenho da actividade do governo da província, Pedro Neto disse que esta avaliação não depende de si por não ser membro do governo, por um lado, e, por outro, o partido tem outra forma de avaliar o desenvolvimento do governo. Em Cabinda, Pedro Neto trabalhou com profundidade com as estruturas de base do partido nas comunas de Malembo e Tando- Zinze.
Do trabalho realizado, segundo o político, existe uma certa empatia entre a actividade desenvolvida pelo partido e pelo governo. “Este trabalho é positivo na medida em que as preocupações levantadas pelas comunidades são comuns que têm a ver com um país que está em franco desenvolvimento e que apesar de ter feito muito precisa resolver aqueles problemas que são vitais para as populações.”
Para o membro do BP do MPLA, a actividade de ajuda e controlo por parte da direcção do seu partido não é uma actividade circunstancial mas um trabalho sucessivo e de profundidade junto das populações uma vez que, “somos de opinião que o trabalho do partido deve estar inserido fundamental- mente nas comunidades.”
Populações querem ver cumpridas as promessas eleitorais
No encontro de auscultação com a direcção do MPLA, as autoridades tradicionais, religiosas, empresários e a juventude das du- as localidades apresentaram como principais dificuldades a falta de energia eléctrica da rede pública, água potável e o transporte público, bem como o estado degrante das vias de acesso e a existência de ravinas que isolam várias localidades, o que condiciona o escoamento dos produtos do campo.
Foram, igualmente, levanta- das como preocupações das populações a falta de mais postos de saúde e medicamentos, formação profissional, desemprego no seio da juventude, falta de comunicações telefónicas e escolas em várias aldeias o que obriga crianças a percorrerem mais de 10 quilómetros para assistirem as aulas na se- de comunal de Tando-Zinze. Pelas garantias recebidas, as populações mostram-se esperançosas de que as coisas vão melhorar e pediram ao partido no poder a cumprir com as promessas feitas durante a campanha eleitoral com vista a melhorar a vida dos cidadãos.
“É preciso concretizar os projectos sociais ligados à produção e abastecimento de energia eléctrica, água, melhorar a assistência médica-medicamentosa e as vias de comunicação e retomar os projectos abandonados. Esperamos que aquilo que apresentamos como dificuldades seja levado à prática, senão em outros encontros falaremos as mesmas coisas”, deferiram. Em relação às preocupações apresentadas, Pedro Neto afirmou que a mensagem que ficou é de que ao nível provincial está a ser feito tudo para que essas condições possam ser melhoradas. “Logicamente, nós jogamos o papel de transmissores das preocupações ao nível central e iremos fazê-lo.
O nosso trabalho teve dois objectivos, nomeadamente visitar e controlar a actividade partidária e depois ter uma percepção do desenvolvimento da província através das obras que estão a ser desenvolvidas, assim como conhecer as preocupações que vivem as comunidades nessa província.” Para Pedro Neto, os problemas de Cabinda são transversais por serem os mesmos que se vivem noutras províncias, uma vez que as necessidades são as mesmas. “Vamos transmitir aos órgãos decisórios de que há muita obra a fazer mas que estamos no bom caminho.” Depois de visitar várias obras sociais em execução na província, Pedro Neto aprovou a qualidade dos projectos e reafirmou o empenho do governo na satisfação paulatina das necessidades básicas das populações e na melhoria da sua qualidade de vida.
POR: Alberto Coelho, em Cabinda