A vice-presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), Luísa Damião, encorajou, ontem, as congéneres do PAICV, FRELIMO, PAIGC e MLSTP/PSD para uma maior concertação, cooperação e sinergias das suas formações políticas para o alcance das metas comuns do desenvolvimento
Luísa Damião afirmou que, no actual contexto, os desafios que se impõem no plano da comunidade dos países africanos de língua portuguesa continuam a ser enormes. A vice-presidente do MPLA falava na abertura da reunião dos secretários-gerais dos ex-Movimentos de Libertação Nacional de Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Cabo-Verde e Guiné Bissau, que decorreu, ontem, em Luanda, sob o lema “Unidos pela História e na Luta por um Futuro Melhor”.
A política ressaltou ser fundamental que os laços existentes entre os seus partidos sejam constantemente fortalecidos por forma a se tornarem suficiente- mente capazes de influenciar, no plano da cooperação entre os Estados, agendas que permeiem relações bilaterais mutuamente vantajosas. Segundo Luísa Damião, estas agendas devem ainda permitir, entre outras valias, um maior intercâmbio entre os cidadãos, políticos, académicos e empreendedores e empresários dos países desta comunidade. A paz e a sua manutenção nos Estados desta comunidade, sublinhou, continua a ser um desafio perene nalguns destes países que precisam vencer e consolidar.
“É um repto que se impõe à comunidade a que fazemos parte, sobre o qual precisamos de continuar a trocar experiências para melhor conduzir os processos internos”, disse, acrescentando que somente com a paz poderão enfrentar os desafios da conjuntura actual de forma mais consertada e determinada. Luísa Damião salientou ainda que somente com a estabilidade nos seus países os Estados estarão em melhor situação para continuar a responder aos principais anseios dos seus povos, sobretudo os inerentes à escolarização das novas gerações e à especialização dos quadros, assistência médica e medicamentosa às populações.
“A luta para a erradicação de doenças e endemias que ainda assolam os nossos países e respectivas sub-regiões, bem como continuar a apostar na produção de alimentos e na industrialização dos nossos países, cujo rácio será o aumento de postos de trabalho e do consumo das nossas populações, sobretudo para a juventude”, notou. Ressaltou que o MPLA, sob liderança do seu Presidente, João Lourenço, tem vindo a levar a cabo um auspicioso processo de reformas, políticas, económicas e sociais, que se consubstanciam na adopção de uma nova postura política na gestão da coisa pública e na construção de um ambiente político mais favorável à atracção do investimento privado nacional e estrangeiro. “O combate a todo tipo de práticas lesivas ao Estado e aos cidadãos fazem parte da agenda do governo, cujo foco é a contínua moralização da sociedade angolana. Com efeito, o Governo suportado pelo MPLA, em Angola, assumiu o combate à corrupção e à impunidade como uma das bandeiras centrais da governação”, vincou.
Reencontro com a memória colectiva
Já o secretário-geral do MPLA, Paulo Pombolo, afirmou que a realização desta reunião coloca o desafio do reencontro com a memória colectiva, com a história dos respectivos países e dos seus povos, pretendendo, com isso, alcançar o reforço dos laços de amizade e solidariedade e de cooperação entre os citados movimentos independentistas com vista a consolidação das bases de acção e de sustentação de cada partido. O encontro de Luanda, segundo Paulo Pombolo, pretendeu ainda relançar o processo de realização regular de encontros de concertação política ao nível bilateral e multilateral, tendo em conta os complexos desafios da conjuntura mundial, que exige dos parti- dos, antigos movimentos de libertação, uma actuação cada vez mais eficaz e de melhor concertação.
Por seu turno, o secretário-geral do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), João Baptista Correia Pereira, referiu que o mote deste encontro te- ve que ver com a necessidade se manterem unidos, trocar experiências e reforçar a acção política dos cinco movimentos em prol do desenvolvimento dos respectivos países. Para o político, há uma dimensão patriótica que se funda na luta travada pelas independências dos seus países, mais por conhecerem bem o ponto de partida, sendo que, no caso concreto de Cabo-Verde, vislumbra-se um certo retrocesso nos padrões de governação que defendem. “É, por isso, importante que estes encontros tenham lugar, porque precisamos mostrar à sociedade dos nossos países que estamos unidos, que a nossa causa é comum e juntos somos mais fortes”, disse João Baptista Pereira.