O Comité Central, na sua II sessão Extraordinária, aprovou as propostas da criação de novos departamentos no Bureau Político e elegeu novos membros para o órgão. No seminário sobre o combate à corrupção, que juntou deputados, dirigentes do partido e membros do Executivo, foram prelectores dois economistas nem sempre simpáticos para as políticas da governação.
O Comité do MPLA, partido que governa Angola, reestruturou nesta Segunda- feira, na sua II sessão extraordinária, presidida por José Eduardo dos Santos, o líder do partido, e ocorrida no complexo Futundo II, em Luanda, o seu Bureau Político, atribuindo-lhe novos departamentos e novos rostos. O Presidente da República, João Lourenço, que é também vice-presidente do partido, participou na reunião, assim como o líder da bancada parlamentar na Assembleia Nacional, Salomão Xirimbimbi e o Secretário-geral do MPLA, Paulo Cassoma, entre outros altos dirigentes partidários.
Depois de discussões algo acaloradas, conforme transpirou para a imprensa, oficialmente se soube que Carlos Maria da Silva Feijó passa a ocupar-se da função de secretário para a Reforma do Estado, Administração Pública e Autarquias, uma pasta nova na estrutura do partido, e Ernesto Norberto Garcia é agora o novo secretário para a Informação e Propaganda, cargo antes ocupado por Mário António de Sequeira e Carvalho que saiu da reunião como secretário para a Política Social.
Diógenes do Espírito Santo Oliveira foi escolhido para secretário para a Política Económica. O antigo governador de Luanda Bento Joaquim Sebastião Francisco Bento é agora o novo secretário para a Política de Quadros, enquanto Pedro de Morais Neto se ocupa dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria. Pouco antes, o Comité Central havia aprovado a reestruturação do aparelho auxiliar central do partido, composto pelos gabinetes dos órgãos individuais de direcção, do presidente, do vice-presidente e do secretário-geral do MPLA, 11 departamentos e cinco outros gabinetes, tais como os de coordenação de estudos e análises, técnico e documentação e investigação histórica.
No discurso de abertura desta segunda sessão do Comité Central, José Eduardo dos Santos disse que as resoluções sobre a reestruturação do órgão auxiliar do partido e sobre a eleição de novos membros para o preenchimento de vagas existentes no Bureau Político “inscrevem-se no âmbito do aperfeiçoamento da vida interna do MPLA, tal como preconizado pelo VII Congresso Ordinário, com vista a elevar a nossa capacidade organizacional e a melhorar a eficácia e a eficiência do trabalho desenvolvido pelo partido”, tendo depois afirmado que o secretariado do Bureau Político do Comité Central passaria a dispor de novos departamentos para garantir uma maior inserção do MPLA na sociedade e responder “com a máxima prontidão” às exigências impostas pelo desenvolvimento político e social do país.
Aos órgãos do partido, à bancada parlamentar do MPLA e aos militantes, o presidente pediu o apoio às acções e medidas do Executivo, que visam “corrigir o que está mal e melhorar o que está bem, em conformidade com o programa eleitoral do partido e com a Moção de Estratégia do líder aprovada no último Congresso do nosso partido”, disse.
Novos rostos no BP
Diógenes do Espírito Santo Oliveira, Ernesto Manuel Norberto Garcia, Maria Isabel Malunga Mutunda, Pedro de Morais Neto e Yolanda Brígida Domingos de Sousa foram ontem aprovados pelo Comité Central como novos membros do Bureau Político e Ana Paula Inês Ndala Fernando como coordenadora da Comissão de Disciplina e Auditoria do Comité Central.
Apoio ao Executivo
Norberto Garcia depois da reunião, já em exercício do novo cargo, leu o comunicado Bureau Político, após a II sessão extraordinária do Comité Central, e referiu que o Comité Central encorajou o Executivo, titulado pelo vice-presidente do partido, João Lourenço, “a implementar, com celeridade, as medidas de políticas essenciais estabelecidas no Plano Intercalar, em particular as que visam alcançar a estabilidade macroeconómica, o relançamento da economia e a mitigação dos problemas sociais mais prementes”.
Ocorrida um dia depois da comemoração do 61º aniversário da fundação do MPLA, a 10 de Dezembro, a reunião Comité Central saudou os êxitos alcançados pelo povo angolano em todos os domínios da vida do país e apelou à unidade dos militantes em torno dos ideais e valores de democracia, justiça e progresso social. A tudo isso juntou ainda referências ao tráfico de escravos na Líbia e à defesa dos direitos humanos, cuja data se comemora igualmente a 10 de Dezembro.