O MPLA, partido governante, e o seu maior adversário político, a UNITA, escolheram o município do Lobito como palco para as actividades políticas do último Sábado, 15. enquanto os camaradas, por via do secretário provincial, Luís Nunes, apelava à paz, sugerindo a jovens que não se deixassem levar por mensagens que comprometam esse bem social dos angolanos, a UNITA focou- se na reivindicação de direitos
O secretário municipal do Galo Negro, Juca Manjenje, acusou o Governo, suportado pelo MPLA, de “não ser capaz de garantir o básico para a população do Lobito”. Depois de ter encabeçado uma marcha que passou por vários pontos da cidade, com destaque para o Africano, o jovem político apontou, entre outras situações, o facto de o Lobito até hoje estar privado de fornecimento de água potável e, por isso, reprovou as políticas sociais do Executivo para aquela circunscrição.
“É importante referenciar que aqui, no Lobito, nós temos bairros que distam mais de 15 quilómetros e esses estão há mais de 20 anos sem água”, referiu Juca Manjenje, tendo, por outro, declarado que o quadro vigente preocupa a sua organização política, uma vez que esta, como disse, é “advogada do povo, aquela a quem o povo confiou o voto”. Já o primeiro secretário do comité provincial do MPLA em Benguela transmitiu aos seus militantes, presentes no bairro da Caponte, que a paz, alcançada há 21 anos, é a maior conquista de Angola.
Luís Nunes sublinhou que tal veio para ficar e permitiu unir ir- mãos outrora desavindos, e apelou aos jovens para não se deixarem levar por mensagens que os compro- metam. “Na época, grande parte dos presentes viviam a fase de infância e muitos de vós, talvez, não fossem ainda nascidos, pelo que acredito que vos pareça ter sido há muito tempo”, referiu. De acordo com o político, para os jovens, a data da paz deve ser relembrada com muita emoção como se a assinatura dos acordos “tivesse sido ontem”.
“Até antes de 04 de abril de 2002, vivíamos a incerteza de um futuro encarcerado, entre a defesa da pátria e a partida para outros rumos, em busca de melhores contextos”, lembrou o político. O também governador de Benguela considerou fundamental que os jovens conheçam a história, para melhor consciencialização e conhecimento do caminho até aqui traçado, associado à complexidade que foi renascer quase das cinzas e, por conseguinte, em tão pouco tempo, Angola ter atingido o patamar actual.
Mas também reconheceu haver ainda muito por se fazer, manifestando-se optimista de que, com João Lourenço na presidência do país, muita coisa do que está por fazer vai ser materializada. MPLA e UNITA promoveram du- as marchas, sendo uma em prol da capaz e outra voltada à reivindicação de direitos sociais, em uma clima de civismo e respeito pelo espaço de cada um, previamente definido pelas autoridades locais.
PN assume comportamento republicano e recebe elogios
Sábado, 15, segundo constatação, foi a primeira vez que a UNITA viu comportamento republicano na acção da Polícia Nacional. Juca Manjenje, secretária municipal da UNITA no Lobito, sublinhou, em um discurso que se seguiu à marcha de reivindicação de direitos, que a polícia tinha, de facto, desempenhado o seu papel como tal. “Aquilo que nós programamos foi exactamente aquilo que aconteceu. Com a Polícia é o que eles fizeram. Protegeram a nossa marcha. Deixamos a mensagem, pedimos o apoio às, e a Polícia aqui compreendeu. Por isso, mais uma vez uma salva de palmas para a nossa polícia”, pediu o político, ao que se seguiu, em uníssono, os aplausos e assobios ao comportamento da PN.
POR: Constantino Eduardo, em Benguela