O secretário do Bureau Político do Comité Central do MPLA para a Reforma do Estado, Administração Pública e Autarquias, Mário Pinto de Andrade, referiu, em declarações ao OPAIS, que as dificuldades actuais que os angolanos estão a viver não podem retirar o brilho e o valor da paz.
Segundo o político, o valor da paz, conquistada há 22 anos, deve estar acima de quaisquer dificuldades e interesses, pelo que a sua preservação tem que engajar a todos, independentemente da cor partidária.
Mário Pinto, que falava a esse jornal em saudação ao Dia da Paz, que amanhã se comemora, referiu que o período de guerra que os angolanos viveram, que durou perto de 30 anos, deve servir de exemplo e superação para que todos os angolanos, juntos, continuem a construir uma Angola em que todos contam para o seu progresso.
O também deputado do partido que sustenta o Executivo entende que o calar das armas elevou o país para o prestígio mundial, sobretudo pela forma como ocorreu nos termos de mútuo acordo entre os angolanos.
Entretanto, passados 22 anos, Mário Pinto de Andrade julga que, amanhã, os angolanos devem celebrar com toda vivacidade a paz arduamente conquistada, apesar do momento actual que o país vive. “A paz deve ser um bem público perpétuo. E os angolanos devem ter essa ideia que a paz vai ser fundamental para resolvermos os nossos problemas”, defendeu.
Consolidação da paz social
Outrossim, Mário Pinto de Andrade reconheceu que Angola ainda enfrenta problemas sociais e económicos que devem ser resolvidos, e que, em seu entender, tem a ver com a consolidação da paz social. Conforme referiu, para os próximos anos, todos os angolanos são convidados a construir a paz social que passa, fundamentalmente, na realização das necessidades dos cidadãos.
“O desafio das próximas gerações de Angola é lutar para construir a paz social. E só vamos construir a paz social se soubermos preservar a paz do calar das armas que foi conquistada com muito sacrifício”, apontou. De referir que, Angola celebra nesta quinta-feira, 4, o 22.º aniversário do Dia da Paz e Reconciliação Nacional.
Todavia, após ter vivido décadas da sua história em guerra, de 1961 a 1974, contra o poder colonial português e a partir de 1975 uma guerra fratricida, os angolanos lograram em 2002 o calar das armas e o início de um processo de reconciliação nacional.