O ministro angolano das Relações Exteriores de Angola, embaixador Téte António, participou ontem, em Nova Iorque, na segunda reunião ministerial do G20, que se realizou na sede das Nações Unidas.
O encontro reuniu representantes das maiores economias do mundo, além da União Africana e da União Europeia, para discutir temas centrais relacionados a reformas na governança mundial, incluindo a modernização das Nações Unidas, da arquitetura financeira internacional e do sistema de comércio global.
O principal objectivo da reunião foi debater o fortalecimento do multilateralismo e a necessidade urgente de reformar as instituições de governação global, criadas nos anos 1940, para que possam reflectir melhor as realidades e desafios do século XXI.
Segundo o grupo, essas instituições precisam actualizar as suas práticas e estruturas de governação para representar adequadamente a diversidade dos seus membros e enfrentar os desafios políticos, económicos e sociais actuais.
Segundo uma nota do MIREX a que este jornal teve acesso, durante o seu discurso, o ministro Téte António destacou o compromisso de Angola com as Nações Unidas, ressaltando as realizações da organização ao longo dos anos.
No entanto, o ministro enfatizou que, para que a ONU continue a ser eficaz e relevante, é fundamental que as suas estruturas sejam adaptadas às novas realidades do mundo, de forma a fortalecer a sua capacidade de enfrentar os desafios internacionais interconectados.
O chefe da diplomacia angolana delineou quatro pontos-chave que devem orientar o processo de reforma do sistema multilateral.
Segundo Téte António, é necessário a inclusividade e representatividade, e que os instrumentos de governação global sejam mais inclusivos, permitindo uma maior participação dos países em desenvolvimento, especialmente dos africanos, nos processos de tomada de decisão global, reflectindo de forma mais justa as realidades contemporâneas.
Por outro lado, defendeu a existência de consultas e colaboração contínuas, lembrando que o fortalecimento das organizações multilaterais deve ser baseado na consulta e colaboração inclusiva, respeitando a soberania e igualdade entre os países, além de atender às preocupações legítimas de todas as nações.
Téte António defendeu também a orientação para acção, referindo que as organizações internacionais precisam ser mais objectivas e voltadas para a solução de problemas, promovendo a cooperação baseada nos princípios do direito internacional e em respeito mútuo, justiça e igualdade.
Finalmente, destacou a paz, desenvolvimento e sustentabilidade, sugerindo que as reformas devem promover a paz e segurança regional e internacional, estimular o desenvolvimento económico e social e proteger o equilíbrio ambiental, com foco numa cooperação internacional centrada nas pessoas.
O encontro ministerial do G20 foi mais um passo na busca por um sistema de governação global mais justo, equitativo e eficaz, capaz de enfrentar os complexos desafios da actualidade e promover um desenvolvimento sustentável para todos.