Adão de Almeida falava na abertura da segunda Reunião Regional das Comissões Nacionais Africanas da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), que decorre até sextafeira, em Luanda.
Segundo o governante, num mundo como o de hoje, assaltado por disputas entre as grandes potências em plena transformação digital, o investimento na educação é essencial para que os problemas do continente sejam pensados pelos africanos, para que existam soluções africanas.
“De outro modo, continuaremos a seguir soluções pensadas a partir de realidades e filosofias alheias, que aproveitando-se da globalização são apresentadas como soluções globais abrindo espaços para a neocolonização”, salientou.
Por esta razão, asseverou que só com a educação assente nos padrões culturais africanos se pode evitar que tal aconteça.
“Ao mesmo tempo que nos abrimos para o mundo, temos que assegurar que não abdicamos dos fundamentos da cultura africana, através da educação das novas gerações.
Acusar crianças de feitiçaria, mutilar órgãos genitais de mulheres e raparigas e impedi-las de frequentar a escola não são padrões culturais, mas práticas erradas que atrasam o nosso continente e que se deve ter a coragem de banir”, asseverou.
Neste sentido, disse, e necessário que tais valores se manifestem sob a forma de cooperação regional para o desenvolvimento sustentável do continente.
Sob o lema “Desafios e oportunidades da cooperação regional para o desenvolvimento sustentável e a promoção da paz em África”, o encontro tem como objectivo desenvolver estratégias de cooperação a nível regional para um continente pacífico e sustentável.
De igual modo, a identificação de boas práticas e experiências, para a elaboração de um plano operacional conjunto, baseado em acções concretas no âmbito dos compromissos assumidos a nível regional e global, agrupando especialistas das comissões nacionais da UNESCO, escritórios regionais, ONG, parceiros sociais e especialistas, com enfoques inovadores.
Com a duração de três dias, o evento conta com a participação de representantes regionais da UNESCO a nível do continente.