Trata-se de um navio para produção, armazenamento e descarga (FPSO, na sigla em inglês) que vai ser utilizado no bloco 15/06 do campo Agogo. A embarcação permitirá o processamento e armazenamento do crude até que possa ser transferido para um navio-tanque para transporte e refinação adicional
A construção está a cargo do grupo malaio Yinson Holdings. A exploração do bloco 15/06 está a cargo da Azule Energy, empresa sedeada em Angola.
No estaleiro naval situado na ilha de Chongming, a cerca de 100 quilómetros do centro de Xangai, a “capital” económica da China”, Diamantino Azevedo frisou a importância do projecto para alavancar a produção petrolífera em Angola, “contribuindo assim, em grande parte, para contrariar o declínio natural da produção” do país.
“Queremos que este projecto promova também a transferência de conhecimento para os angolanos, para que, a seu tempo, constituam a força motriz para alavancar cada vez mais o desenvolvimento da indústria do petróleo e gás em Angola”, apontou o ministro, de acordo com uma nota a que a agência Lusa teve acesso.
No evento, estiveram presentes os presidentes dos conselhos de administração da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis de Angola e da Sonangol, e representantes da estatal chinesa Sinopec.
Diamantino Azevedo enfatizou o significado da construção do navio FPSO no estaleiro em Chongming para o reforço da aposta de Angola e China no “alargamento da cooperação”.
“Isto evidencia o compromisso mútuo dos nossos países, com o desenvolvimento económico e social dos nossos povos”, disse.
A deslocação do ministro angolano a Xangai decorre após uma visita oficial à China de três dias do Presidente angolano, João Lourenço.
Em Pequim, Lourenço frisou o esforço de Luanda para executar um conjunto de reformas que visam “melhorar o ambiente de negócios do país, ajustando-o às boas práticas internacionais” e convidou os investidores chineses a investirem na refinaria do Lobito, em fase de construção, e em blocos petrolíferos ‘offshore’ e ’onshore’.
A China é o maior destino para o petróleo angolano. O Presidente angolano disse também querer atrair mais investimento privado e público da China, “desde que seja sem o petróleo a servir como colateral”, como foi prática nas últimas décadas.
Depois de a guerra civil em Angola ter acabado, em 2002, a China tornou-se um dos principais parceiros da reconstrução do país, nomeadamente das estradas, caminhos-de-ferro e outras infraestruturas.
Esse empreendimento resultou numa dívida de Angola à China de cerca de 17 mil milhões de dólares (15,6 mil milhões de euros), lembrou o chefe de Estado angolano, João Lourenço, durante o encontro com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, no Grande Palácio do Povo, junto à Praça Tiananmen, no centro de Pequim.