A ministra da saúde, Sílvia Lutucuta, afirmou, ontem, em Ondjiva, província do Cunene, que, com a entrada em funcionamento do Hospital Geral, prevista para depois de Abril deste ano, poderá ser revertida a recorrente busca, por angolanos, de cuidados de saúde na vizinha República da Namíbia
Sílvia Lutucuta, que esteve, ontem, a trabalhar na província do Cunene para constatar o grau de andamento das obras do hospital geral, afirmou que, se o empreiteiro imprimir maior dinamismo e apostar em mão de obra especializada, a unidade sanitária estará concluída até Abril deste ano.
A infra-estrutura estava para ser concluída até ao próximo mês de Março, mas constrangimentos com a transportação de equipamentos e outros materiais até ao local da obra retardam a conclusão da empreitada, segundo fez saber a ministra. Sílvia Lutucuta salientou que a pretensão do Executivo é construir um hospital que dignifique não apenas a província mas também o país.
Deste modo, ressaltou que as autoridades sanitárias angolanas irão trabalhar com as namibianas, de modos a diminuir o fluxo de angolanos a procurar serviços médicos no país vizinho.
Ademais, disse a ministra, quando estiver concluído, o hospital comportará serviços especializados que irão reverter o sentido de busca de tratamento médico, com os namibianos virem a Angola para tratamento. “Com certeza que o fluxo vai ser inverso, porque os nossos cidadãos angolanos que vão à Namíbia poderão ter os seus médicos aqui”, disse Sílvia Lutucuta, acrescentando que as autoridades sanitárias dos dois países têm já estado a trabalhar na questão dos protocolos. Segundo ainda a ministra, os namibianos já se predispuseram a trabalhar nos protocolos, “e ao invés de os angolanos irem para lá deixar os recursos, poderão fazêlo cá no nosso país”.
Conforme a governante, o país tem vindo a testemunhar investimentos consideráveis no sector social, e a Saúde não é excepção. Aliás, acrescentou que este investimento só tem sido possível graças ao empenho pessoal do Titular do Poder Executivo, que tem estado a dar toda a sua atenção a este sector. Avançou que o Executivo está a fazer grandes investimentos no sector primário, que conta, através do Programa Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) com mais de 380 unidades sanitárias, centros e postos de saúde, hospitais municipais que vão sendo construídos em todo país.
“Estamos também a investir no nível secundário, com a reabilitação de algumas unidades que estão em situação bastante difíceis”, asseverou, para depois dizer que, na província do Cunene, tão logo veio o grito da população com o incêndio do antigo hospital geral, o Presidente da República mobilizou recursos para a construção de um novo.
O hospital geral do Cunene vai comportar valências da alta complexidade médico-cirúrgica, com todas as especialidades médicas, como a neurocirurgia; comportará ainda uma sala para ortopedia, traumatologia de alta complexidade, uma sala barretada com intensificador de imagem, e outros serviços. “Portanto, tudo isto vai ajudar. Teremos ainda uma sala de isolamento para o tratamento de queimados, e, pela primeira vez, teremos na província serviços de hemodiálise”, disse Sílvia Lutucuta.