Com vista a colocar fim o conflito interno de liderança que opõe Lucas Ngonda e Ngola Kabangu, os militantes fiéis ao primeiro mostram-se dispostos a negociar para uma eventual reconciliação, para tirar o partido do marasmo em que se encontra
Por: Neusa Filipe
A posição foi defendida pelo antigo vice-presidente da FNLA, Nimi- A-Simbi,(2006-2008) na altura liderada por Ngola Kabangu, eleito num congresso extraordinário. O político falava aO PAÍS acerca do acórdão do Tribunal Constitucional(TC), publicado em Dezembro do ano passado, que dava ultimato aos seguidores de Kabangu para encerrar a sede nacional, representações provinciais e devolver todo o património do partido à direcção de Lucas Ngonda.
Nimi-A-Simbi explicou que Ngola Kabangu e seus seguidores ainda não se pronunciaram sobre o assunto, por aguardarem o despacho do recurso interposto no Tribunal Constitucional. “A cópia foi-nos dirigida e nós fizemos um recurso junto do Tribunal. Estamos à espera do despacho”, justificou o político.
“Ainda temos o recurso, só depois de esgotadas as nossas possi-bilidades é que iremos tomar uma decisão a respeito desse assunto, tanto a nível da capital como das restantes províncias”, esclareceu. A solução é interna Cauteloso nas suas declarações, a fonte assegurou que a resolução do conflito interno desta tradicional força política passa necessariamente por um diálogo entre as partes em conflito de liderança.
“Não será essa forma de agir do Tribunal que vai solucionar os problemas do partido, mas apenas a vontade de todos os seus militantes em encontrarem um denominador comum”, apontou. Nimi-A-Simbi acusou o actual presidente da FNLA, Lucas NgonDd, de ser o único responsável pela desestruturação do partido e de estar a dificultar o processo de reconciliação.
Revelou que todos os militantes sob tutela de Ngonda, bem como os fiéis a Kabangu, estão dispostos a dialogar e a se reconciliar, mas o actual líder do partido opõese, alegadamente, a esta iniciativa. “Eu, pessoalmente, já fiz muitas diligências junto dele para vermos essa possibilidade, porque a cada dia que passa o partido está a morrer, mas ele recusa-se a fazê-lo”, denunciou. Nimi-A-Simbi desmentiu a realização para breve de um congresso extraordinário para substituir Lucas Ngonda, mas não afastou essa possibilidade caso haja consenso de todos os militantes da FNLA.
“A realização de um Congresso nesta altura depende do consenso de todo o partido, teremos que nor sentar à nesa e dialogar a fim de definirmos isso, porque só o Congresso tem competência para retirar Lucas Ngonda da liderança do partido”, concluiu.
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