A Associação dos Antigos Combatentes da FNLA integra 20.762 mil membros, dos quais apenas três mil estão inscritos nos Serviços de Segurança Social, segundo informações prestadas a OPAIS pelo presidente da agremiação, Lino Ucaca.
POR: Iracelma Kaliengue
De acordo com Lino Ucaca, é urgente que se faça o recenseamento dos associados no Ministério dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, para garantir direitos iguais, independentemente da organização política a que se pertence. A carência de meios de trabalho, dificuldades no acesso à saúde e dificuldades nos processos para obtenção da pensão, assim como a falta de apoio do Estado e do partido a que pertencem, são os principais problemas apontados pelo responsável da associação. Lino Ucaca afirmou que os esforços para melhorar a condição de vida dos antigos combatentes não deveriam ser despendidos pelos combatentes, e sim pelo Estado, razão por que acredita não haver consideração e respeito pelos feitos dos homens que um dia lutaram para libertar Angola.
O co-fundador do antigo braço armado da FNLA disse que é atribuído aos veteranos da luta de libertação um subsídio de 15 mil Kwanzas, o que, a seu ver, é um valor “ínfimo” que não cobre as necessidades diárias de um cidadão. Lembrou, entretanto, que o grupo que tem acesso a estes subsídios não representa 50% dos inscritos na associação. Em consequência, acrescentou, muitos homens idosos que carecem do apoio do Estado para sobreviver foram deixados para trás. “O que se pode fazer com este dinheiro? Gostaríamos que o tratamento fosse o mesmo que é dado em todo o país. Sabemos que o partido pode passar ou desaparecer, mas o Estado nunca passa; por isso, a nossa questão deve ser solucionada de modo a acudir às necessidades dos homens que deram toda a sua juventude para a conquista da Independência contra o sistema colonial português e que ainda estão em vida, assim como aos parentes dos que tombaram nos campos de batalha”, sublinhou.
Quanto ao número elevado de associados que não beneficiam dos subsídios, mais de 17 mil ex-combatentes, o responsável afirmou que o problema está na complexidade que os mesmos encontram no acesso ao Registo Civil. Afirmou, entretanto, que a falta de Bilhete de Identidade ou de algum outro documento pessoal tem condicionado o credenciamento em algumas localidades onde os serviços de identificação ficam a dezenas de quilómetros dos locais de morada. Declarou ainda que existe uma carência nos serviços prestados nas repartições do Ministério dos Antigos Combatentes, assim como de outros serviços, noutras zonas, que deviam facilitar o processo de inscrição sem haver a necessidade de os idosos se deslocarem às sedes provinciais.