O embaixador de Angola em Moçambique, José João Manuel, garantiu que as autoridades angolanas têm acompanhado de perto a situação de “Man Gena” e a sua família, a quem têm prestado o auxílio jurídico necessário. O diplomata esclareceu ainda que Angola não solicitou qualquer processo de extradição para aquele cidadão nacional
O embaixador José João Manuel referiu que desde que tomou conhecimento do caso, a Embaixada de Angola naquele país do Índico interveio, imediata- mente, no processo. Em declarações ao jornal OPAÍS, à margem do IX Conselho Consultivo Alargado do Ministério das Relações Exteriores (MIREX), em Luanda, o diplomata referiu que têm mantido contactos frequentes com as autoridades moçambicanas relativamente ao caso, no âmbito da cooperação institucional. José João Manuel explicou que há muito que o cidadão angolano Gerson Emanuel Quintas, vulgarmente tratado por “Man Genas” se encontrava naquele país, mas que nunca procurou os serviços consulares de Angola.
“Só quando se viu envolvido em problemas e foi detido pelas autoridades moçambicanas é que procurou auxílio da em- baixada. Mas, ainda assim, nós mandamos diplomatas para lá, que têm acompanhado o caso até hoje”, garantiu o diplomata, acrescentado que têm prestado todo o apoio jurídico a “Man Genas” e à sua família. Ademais, acrescentou que o cidadão em causa entrou na- quele país fora do circuito normal da emigração, e, por esse motivo, serão as autoridades moçambicanas a dar o vere- dicto final do caso.
O embaixador lembrou ainda que Angola e Moçambique não têm qualquer acordo de extra- dição judicial, e que na eventualidade de o mesmo vier a ser julgado e condenado naquele país, este deverá cumprir a integridade da pena aplicada na- quele mesmo país. “Não acredito que ele possa ser extraditado para cá, por- que não existe esse acordo”, disse, sem no entanto descurar tal possibilidade. À partida, esclareceu, o caso está a ser todo tratado pelas autoridades moçambicanas, de quem têm recebido esclarecimentos. De referir que o cidadão em causa saiu do país depois de ter feito fortes denúncias envolvendo autoridades nacionais ligadas ao Serviço de Investigação Criminal (SIC), segundo as quais estas estavam ligadas directamente ao tráfico de drogas em Angola.