Trata-se do empresário e político José Figueira Victor (Victor Madiba), que, no princípio deste mês, remeteu uma carta de desvinculação ao presidente da CASA-CE, Abel Chivukuvuku
Texto de: Neusa Filipe
Esta desvinculação ocorre pouco tempo depois da saída inesperada do secretáriogeral- adjunto desta força política, David Kissadila, que recentemente aderiu à UNITA. Militante desde Abril de 2012, segundo a fonte deste jornal, Victor Madiba era membro do Colégio Presidencial, órgão decisório desta coligação de partidos políticos e director do asseguramento e acompanhamento da província de Malanje.
Militante com o número 912, inscrito no secretariado distrital da Maianga, município de Luanda, segundo a fonte, a sua saída deveu-se à uma decisão pessoal, após uma análise minuciosa.
Diz a fonte deste jornal que Victor Madiba não queria sair sem antes participar na remodelação do novo secretariado Executivo, bem como participar no Conselho deliberativo Nacional da CASA-CE.
Humilhação terá ditado saída
Entretanto, outras fontes próximas a Abel Chivukuvuk alegam a saída do também empresário do ramo hoteleiro pela humilhação que terá passado no dia 26 de Fevereiro do ano em curso, quando foi supostamente impedido de continuar a assistir a uma reunião do Conselho Presidencial pela segurança pessoal de Abel Chivukuvuku.
Outro motivo que estará também na base da saída de Victor Madiba é o facto de se recear sobre o futuro político desta força política, apesar de admitir a sua preferência por um dos vice-presidentes da CASA-CE, a quem considera que com ele a coligação teria melhor rumo.
Acrescentaram ainda que em cinco anos que esteve na CASACE, concluiu que a sua condição representava “um constrangimento e um fardo para si”, não tendo existido ética de um partido que se preze ser alternativa para governar Angola.
De acordo com as nossas fontes, Victor Madiba, ele que antes da CASA-CE foi militante do MPLA, partido em que militou durante a sua juventude, diz-se indignado com forma como se faz política na coligação, que é a terceira maior força política do país.
Abandono David Kissadila, até Fevereiro deste ano era o secretário-geral da CASACE e membro do seu Conselho Presidencial. Em conversa com O PAÍS, disse ter saído de espontânea vontade, para abraçar outros desafios na vida política. Durante a sua estada nas fileiras da CASA-CE, disse ter feito parte de um grupo dos chamados independentes, mas que após uma análise minuciosa decidiu também abandonar.
No dia 17 de Março participou num acto político da UNITA, realizado em Viana, alusivo aos 52 anos da sua fundação, e presidido pelo líder deste partido, Isaías Samakuva.
Além de David Kissadila, o secretário para os Assuntos Eleitorais da CASA-CE no Cuando Cubango, conhecido por Muleleno, também abandonou a “casa”, rumando para a UNITA. Fonte da direcção do partido do “galo negro” confirmou a entrada destes dois quadros, incluindo mais um grupo de militantes cujo número não foi avançado.