O Chefe do Governo português realça que internacionalização constitui motor da economia do seu país, tendo, por essa razão, se gabado com o facto de haver uma economia forte em Portugal e outra exportadora.
O governante quer, igualmente, uma outra na qual as empresas lusas possam prestar os seus serviços e e contributos em Angola, quer seja na área produtiva, quer na de concessão, como acontece no corredor do Lobito com a Mota-Engil, parte do consórcio de três empresas gestora.
“Trazendo desenvolvimento que é simultâneo ao país de origem, que é Portugal, e também aos países de destinos de investimento, no caso concreto em Angola”, refere.
Luís Montenegro sustenta que a visita efectuada a instituições angolanas, sobretudo as de suporte ao corredor do Lobito, deixou-lhe, de certo modo, consciente de muitas oportunidades que os dois países podem partilhar no aprofundamento das relações, nos mais variados níveis, com destaque para a cultura e formativo.
“Partilha de conhecimento. Partilha, muitas vezes, de acções e intervenções nos palcos internacionais …e, depois, na economia, que é , naturalmente, imprescindível para poder- mos elevar o bem-estar da vida das pessoas, os portugueses (que são mais 110 mil) que vivem em Angola e os angolanos que vivem em Portugal”, acentua o primeiro-ministro português.
Questionado sobre a noção que tem do ambiente de negócios em Angola, uma vez que o seu país tem estado a disponibilizar vá- rias linhas de crédito e convidado os empresários seus a investir cá, Luís Montenegro ironizou que “nem tudo são facilidades e que o terreno tem muitas pedras e que é preciso colaborar”, de sorte que tenha prometido trabalho por parte dos poderes públicos dos dois países, no sentido de se retirar do caminho de empresários os empecilhos tendentes à inviabilização de qualquer iniciativa, na perspectiva de gerar aquilo a que chama de bons canais de mobilidade entre pessoas.
Ele reforça, pois, que não é só a linha de crédito Portugal/Angola que está vocacionada a garantir a prossecução e a realização de investimentos públicos, “que é a acção do Governo português relativamente ao estilo da actividade económica em angolana”, tendo reiterado que o seu país dispõe, neste momento, de uma linha de crédito adicional de 3.600.000 de euros a empresas portuguesas, no âmbito da União Europeia.
“Dos quais 2.500.000 estão direcccionados à internacionalização de pequenas e médias empresas e dos quais também 711 milhões de euros a apostar na inovação, na investigação, na ciência, no conhecimento, que é também uma forma de nós fomentarmos a internacionalização das nossas empresas”, realça, ao reconhecer a existência de empresas com necessidade de fluxo de capitais, apelando, deste modo, à colaboração dos poderes públicos, a fim de que tudo possa estar garantido.
“Quero dizer-lhe que da parte do governo português nós acreditamos muito na capacidade das nossas empresas e aproveitamos muito na capacidade que elas podem trazer a países como Angola”, frisou.
O governante luso justifica que a inclusão de Benguela na agenda da sua primeira visita a Angola resultou de uma conversa mantida com o Presidente João Lourenço, à margem das comemorações do 25 de Abril, em Portugal, na qual se estruturou vários pontos a serem inseridos.
Para além da celebração de protocolos e memorandos, o governante considerou, igualmente, importante ir ver de perto investimentos nos quais empresas portuguesas têm interesses. “Uma ida ao terreno que não se esgotasse apenas em Luanda.
De facto, o Presidente João Lourenço teve o ensejo de me sugerir que uma das regiões”, por via da qual passava o futuro de Angola . “Eu queria perceber também até onde ia a capacidade das nossas empresas de poder contribuir nesse caminho”, ressaltou o chefe do Governo de Portugal.