O presidente da FNLA, Lucas Ngonda, deplorou ontem, em Luanda, o não reconhecimento do 15 de Março como feriado nacional O político fez esta afirmação quando intervinha em Viana, arredores de Luanda, no acto comemorativo dos 57 anos do início da luta armada pela UPA, no Norte de Angola, a 15 de Março de 1961.
POR: Maria Custódia
Referiu que muitos angolanos deram as suas vidas pela libertação de Angola do jugo colonial português, sem interesses ideológicos, os que vivem não têm reconhecimento, e os que morreram por esta causa estão transformados em “heróis anónimos”.
Deplorou o facto de se dar mais importância ao 4 de Fevereiro do que ao 15 de Março, por questões ideológicas, que atribuiu ao Partido no Poder, o MPLA. Lucas Ngonda defendeu que todas as forças políticas que lutaram para libertar Angola, (FNLA, MPLA e UNITA) têm que rever as suas projecções para verem uma Angola reconciliada. “Podemos corrigir os erros, mas os danos e as vidas das pessoas que morreram não terão correcção nenhuma”, disse. Entretanto, Lucas Ngonda acredita que o actual Presidente da República, João Lourenço, apesar de uma nova geração, é seu desejo que todos os que se bateram em prol da liberdade venham a ter o mesmo reconhecimento.
Manifestação
Lucas Ngonda minimizou a manifestação desta Quarta-feira, 14, protagonizada por um grupo de jovens, que tinha como objectivo forçar a demissão do secretário-geral, Pedro Dala. Refira-se que o levantamento do 15 de Março deu em cinco províncias do Norte, Zaire, Uíge, Malanje, Bengo e Cuanza-norte dominadas pelos fazendeiros de café, algodão e sisal.