O presidente da UNITA fez, no quadro de uma visita de trabalho que o tinha leva- do também à província da Huíla, uma antevisão do que pode vir a ser o ano político que vai no seu primeiro mês, numa altura em que, como refere, paira no ar uma série de indefinições e/ou especulações em relação à Frente Patriótica Unida.
Adalberto Costa Júnior lembra que a FPU foi lançada num dia em que um dos congressos do seu partido tinha sido anulado pelo Tribunal Constitucional e, como tal, esse deve ser sempre um factor de referência. Júnior gaba-se, pois, com facto de a plataforma, sob a bandeira da UNITA, ter obtido o melhor resultado, em termos numéricos, de que se tem memória.
De modo que, conforme sustenta, seja natural que o seu adversário político, no caso o MPLA, combata o projecto, por se afigurar, objectivamente, uma ampla frente para a alternância do poder em Angola.
“É uma ameaça por parte do partido que tem governado este país. Portanto, nós, necessariamente, estamos conscientes disto, estamos atentos e, quando digo estamos atentos, não estamos para cair na primeira casca de banana que nos metam”, ressalta.
O líder partidário salienta que a posição do MPLA, partido governante, é sustentada com o facto de, actualmente, estar a viver uma crise, acentuada no congresso realizado em Dezembro, “que tirou do caminho as candidaturas anunciadas.
O MPLA vem se assumindo, cada vez mais, como um partido anti-democrático”, acusa, ao mesmo tempo que promete fazer diferente. ACJ admite que 2025 é, para o seu partido, o ano do congresso e promete um conclave na perspectiva da pluralidade e multiplicidade.
Costa Júnior antevê, para o presente ano, uma disputa política bastante acirrada, mas manifesta-se tranquilo para entender os cenários vigentes, questionando, em virtude disso, as razões de o PRA JA-SERVIR, de Abel Chivukuvuku, não ter sido legalizado há muito mais tempo.
ACJ traz à baila ladainha inconstitucionalidade legal
A UNITA não está satisfeita com a lei eleitoral, a qual considera anti- democrática. Sem avançar um horizonte temporal para a materialização de tal iniciativa, o líder do Galo Negro promete levar ao parlamento a alteração do referido diploma legal, tendo em conta a necessidade de a democratizar.
“De democratizar a lei da Comissão Eleitoral, de democratizar a Lei dos Partidos Políticos, da Comunicação, Lei de Terras. Nós sabemos o que o MPLA vai fazer, mas é deste debate que se vai ter a oportunidade de o cidadão poder definir qual é a sua posição em relação a precisar de apoiar uma via que construa uma Angola para todos”, sugere.
O líder do maior partido na oposição quer um 2025 diferente do ano anterior, caracterizado por dificuldades na vida das famílias, acusando o Presidente da República, João Lourenço, de governar o país com base em decretos. Adalberto Costa Júnior quer que, neste ano, haja mais diálogo institucional e que se abrace reformas capazes de colocar Angola nos trilhos do desenvolvimento, “da boa governação e da transparência”.
Caso Kachiungo volta a ensombrar UNITA
O presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, voltou a falar do caso José Pedro Kachiungo, que, volta e meia, agita as águas na UNITA. Nesta perspectiva, o líder da UNITA lembra que a providência cautelar intentada por ele, em que pedia anulação do congresso que elegeu Adalberto Costa Júnior presidente, foi, liminarmente, negada pelo TC.
Ele diz que não condiz com a verdade algumas informações postas a circular, sobretudo em algumas plataformas digitais. O assunto volta à baila, numa altura em que a UNITA tem agenda- do o seu congresso extraordinário, que, segundo fontes do Galo Negro, pode vir a ser realizado em Agosto deste ano.
“O acórdão activou, liminarmente, os pedidos do Kachiungo. Não é o que está escrito na internet. Portanto, todas as pretensões que José Pedro solicitou foram negadas”, observa.
POR:Constantino Eduardo, em Benguela