O5º Congresso Ordinário da JURA, inicialmente previsto para ontem, tem início marcado para hoje devi- do às festividades alusivo ao aniversário do partido. O conclave, que vai eleger o futuro líder desta organização, está a ser marca- do por uma onda contestações, sobretudo depois do anúncio, na última terça-feira, da “suspensão provisória” de dois afastados pré-candidatos.
A partir de hoje, até Sexta-feira, dia 17, o complexo SOVSMO, em Viana, será palco do 5º Congresso Ordinário JURA, evento no qual deverá ser conhecido o futuro secretário- geral da organização juvenil do Galo Negro, em substituição de Agostinho Kamuango. O conclave, que tinha início agendado para ontem, foi adiado para esta quinta-feira, 15, devido às festividades em alusão ao 13 de Março, data da fundação da UNITA, cujo acto central terá lugar no próximo Sábado, dia 18.
Disputam o cargo os jovens Manuel da Costa “Nelito” Ekuikui, até então secretário provincial da UNITA em Luanda, que permitiu o maior partido da oposição eleger, pela primeira vez na história das eleições em Angola, quatro deputados; e João Lucombo, politólogo e membro do comité nacional da JURA. Enquanto Ekuikui concorre ao cargo pela segunda vez consecutiva, sendo que perdeu para o actual secretário-geral em Novembro de 2018, já Lucombo entra, pela primeira vez, na disputa pelo cadeirão máximo da organização.
Num processo inicial com seis pré-candidatos, a Comissão de Mandatos para o V Congresso do braço juvenil do Galo Negro apurou, a 12 de Fevereiro último, apenas as listas de Nelito Ekuikui e de João Lukombo, tendo sidos excluídos da lista os jovens António Hilário Marques, Sebastião Salakiaku, Roberto Gamba Figueira e Domingos Palanga, por alegadas insuficiências nos processos. Deste modo, segundo algumas vozes críticas dentro da organização, estava, assim, aberto o caminho para a concretização de uma suposta vontade da direcção da UNITA em colocar na liderança da JURA o candidato da sua conveniência, no caso Nelito Ekuikui.
“Os enteados do poder”
Há, sensivelmente, 72 horas do arranque dos trabalhos para a eleição do novo líder da JURA, António Hilário Marques e D mingos Palanga, tidos interna- mente como potenciais candidatos ao cargo de secretário-geral da JURA, viram a ser-lhes retirado o direito de participar do conclave como delegados com “suspensões temporárias”.
As razões por detrás destas punições, defendeu a direcção da UNITA, teve que ver com o fac- to de ambos pré-candidatos terem violado os estatutos do par- tido e da organização juvenil ao denunciarem irregularidades no processo da selecção de candidatos na imprensa. A António Hilário António recai ainda uma acusação de falsificação de documentos. Em comunicado, a UNITA informou que o descontentamento deveria ser manifestado interna- mente e não na imprensa.
Sendo assim, Hilário Marques e Domingos Palanga perderam, automaticamente, o direito de participarem no conclave até como dele- gados. Contactados, os pré-candidatos afastados consideraram as razões apontadas pela direcção do Galo Negro como sendo “política e jurídica”, que, segundo os militantes, visam somente “facilitar o caminho a Nelito Ekuikui”.