Três candidatos disputam a liderança da juventude da Frente nacional de Libertação de Angola (JFNLA), no seu 3.º Congresso ordinário, que arrancou ontem, em Luanda
Trata-se do primeiro congresso no partido a ter lugar num contexto de paz e harmonia, após terem sido realizados os de 2009 e 2016, marcados por dissensões e clivagens internas. A decorrer de 9 a 12 de Janeiro, sob o lema “Redinamizar a JFNLA em prol da Juventude angolana no Interior e na Diáspora”, o 3.º Congresso Ordinário da JFNLA reúne em Luanda cerca de 300 delegados provenientes de diversas províncias do país.
No seu discurso de abertura, o presidente do partido, Nimi-a- Simbi, apelou à nova direcção da organização a ser eleita no conclave a privilegiar o intercâmbio e a cooperação com as organizações juvenis à escala universal, para a partilha de visões e experiências, sem perder de vista a sua própria identidade. Nimi-a-Simbi referiu que o diálogo e a concertação com as organizações juvenis nacionais devem ser encorajados, em nome do interesse geral, desde que se respeite os princípios doutrinários do partido.
“Ao tomar posse como presidente da histórica FNLA, inscrevi o meu mandato sob o signo da unidade real e efectiva do nosso glorioso partido. O meu objectivo é congregar e harmonizar a nossa grande família”, disse Nimi-a-Simbi, tendo considerado a unidade o processo pelo qual o partido poderá recuperar a sua imagem e prestígio, recarregar as suas energias e adquirir estabilidade.
Passar a história aos mais novos
Preocupado com as novas gerações, o político partilhou a sua longa experiência na militância do partido, mostrando aos mais novos a importância de se conhecer e preservar a história. Sublinhou que a JFNLA tem uma longa e rica trajectória de luta, visto que ela surge no quadro da evolução histórica da JUPA e da JPDA, então braços juvenis da UPA e do PDA que, a 27 de Março de 1962, formaram a histórica FNLA. “São inúmeros os feitos protagonizados pela FNLA durante a luta pela conquista da independência nacional. Devo simplesmente situar-vos que a nossa organização juvenil teve um papel activo na luta contra as forças da opressão no continente africano e no mundo”, salientou, chamando os jovens a rebuscarem os valores mobilizadores que marcaram a organização durante a luta pela conquista da independência nacional.
Espera-se, com a realização deste congresso, a definição de uma estratégia capaz de revigorar a JFNLA e adaptá-la aos desafios do presente, e deste modo, corresponder à visão do fundador do partido, Holden Roberto, que definia a juventude como o “verdadeiro fermento e o motor de toda a actividade e particularmente de toda a obra nacional”. Durante os quatro dias em que vão decorrer os trabalhos, os delegados vão eleger o novo secretário-geral da organização, entre os três candidatos que disputam a liderança, nomeadamente Vita Francisco, Carlos Cassoma e Bumba Paiva.