Para o braço juvenil do MPLA, o mês de Novembro será de reflexão política profunda, uma vez que será conhecido o novo secretário nacional da JMPLA, mediante o programa que apresentar aos eleitores. Por conta disto, a expectativa dentro e fora do circuito é cada vez maior, segundo fontes do jornal OPAÍS ligadas ao assunto
Num ambiente político-juvenil de muita expectativa, fala-se que o IX Congresso Ordinário da JMPLA, órgão fundado em Leopoldville em 1962, hoje Kinshasa, República Democrática do Congo, pode contar com múltiplas candidaturas, segundo uma fonte do jornal OPAÍS.
O conclave, ligado à juventude do MPLA, está marcado para os dias 20, 21 e 22 de Novembro próximo, em Luanda, sendo que se alega que a decisão de abertura democrática foi decidida ao mais alto nível no partido.
Deste modo, o secretário nacional cessante, Crispiniano dos Santos, terá à perna outros candidatos os quais aguardam pela finalização das assembleias de balanço nos comités de Acção do Partido, nos bairros, distritos, municípios e posteriormente nas províncias.
Por isso, nos últimos tempos, Jus-Capapinha, membro do secretariado cessante, e Jandir Patrocínio, médico da Clínica da Endiama, são os nomes que mais “ecoam” nos corredores do braço juvenil do MPLA.
Segundo a fonte deste jornal, os dois candidatos partem da mesma premissa, ou seja, são descendentes de altos quadros do MPLA e cuja trajectória não se põe em causa e, por isso, deverão criar condições para convencerem os membros que tiverem direito de voto no certame.
Em razão disto, quando os delegados forem eleitos, mediante os programas que cada um apresentar, estarão em condições de avocar o secretário nacional para o futuro da juventude do MPLA nos próximos anos. Para além dos dois candidatos, o da JMPLA”, adianta a fonte do jornal O PAÍS.
O candidato eleito deverá também recuperar a capacidade mobilizadora da JMPLA, uma vez que nos bastidores se diz que a sua pujança política caiu muito em relação aos líderes que por lá passaram.
Concorrência Uma outra fonte ligada ao assunto referiu que a próxima liderança tem de ter em conta a sua concorrência, JURA, e concomitantemente o seu líder, Manuel Ekuikui “Nelito”, daí a necessidade em resgatar a mística da JMPLA, não só em termos de mobilização, como espírito patriótico.
“Os jovens são bastante exigentes e nos tempos que correm ainda mais. Não se pode perder de vista a concorrência, sendo que a equipa que está agora a ser montada será a mesma que vai disputar as eleições de 2027, cujo protagonista pelo partido ainda é desconhecido”, avançou.
Segundo ainda este interlocutor, o Presidente da República, João Lourenço, por imperativo constitucional não deverá ser o candidato do MPLA, por essa razão os desafios para os novos líderes da JMPLA impõe trabalho, rigor, visão e comprometimento.
Saudosismo vs preparação
O ‘viveiro dos camaradas’, segundo esta fonte, precisa regressaos tempos áureos, em que se via nos jovens vontade de ombrear nos mais altos desafios que a pátria impunha, em que se notava um alto nível de preparação.
“Estamos a viver um momento em que os jovens são mais exigentes e mais imediatistas, não querem esperar. Nota-se também que há menos preparação político-ideológica nos tempos que correm. Não sou saudosista, mas penso que de- víamos olhar para as nossas referências do passado”, defendeu.
Ainda para este militante sénior do MPLA, cuja escola começara na Organização de Pioneiros Agostinho Neto (OPA), apesar dos desafios actuais, é necessário que os jovens ponham a pátria em primeiro lugar e com isso lutar contra todas adversidades, sem perder de vista que há apenas adversários políticos e não inimigos.
Candidatos no silêncio
Apesar de a fonte do jornal OPAÍS avançar o nome dos candidatos à corrida do cadeirão máximo da JMPLA, no Congresso Ordinário de Novembro próximo, os candidatos remeteram-se ao silêncio.
Os dois nomes mais citados no processo, Justino Capapinha e Jandir Patrocínio, não foram à fala com este jornal, visto que todos os contactos feitos ao longo da semana foram sem sucesso. Nos bastidores, envolto em muito secretismo, as equipas estão ser formadas para no momento apresentarem os argumentos de razão aos dele- gados ao IX Congresso Ordinário da JMPLA.
Professor universitário destaca que IX Congresso
Ordinário da JMPLA reafirma compromisso com princípios do MPLA Quanto ao IX Congresso Ordinário da JMPLA, marcado para Novembro próximo sob o lema “Unidade e Coesão Nacional”, o advogado e professor universitário, Delmiro Ymbi, fez saber ao OPAÍS que o certame visa essencialmente a renovação de mandatos nas organizações de base dos comités distritais, comunais, municipais e provinciais.
Aliás, para o docente da Universidade Católica de Angola (UCAN), o conclave vai assinalar a reafirmação do compro- misso da organização juvenil com princípios do Movimento Popular de Libertação de Angola – MPLA.
Delmiro Ymbi entende que, com a realização das referidas assembleias de balanço e a renovação de mandatos, o candidato que for eleito deverá focar-se, além do apoio institucional do presidente do partido, na efectivação da defesa e promoção da unidade e coesão nacionais, assim como na prestação de um efectivo serviço à juventude.
Quanto ao primeiro aspecto, o responsável adianta que, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a população residente em Angola em 2019, de acordo com a projecção da população 2015- 2050, é de 30 175 553.
Assim, deste número, cerca de 9 785 069, correspondendo 32,4%, representa a população jovem e, em relação à área de residência, constatou-se que 6. 479.323 constitui a população jovem, representando 66% da população e, no entanto, reside nas áreas urbanas, enquanto 3. 305 746, correspondente a 33,7%, reside nas zonas rurais.
Perante os números em questão, o professor universitário referiu que será rápido projectar melhores dias para Angola, desde que os líderes dos diversos comités distritais, comunais, municipais e provinciais consigam, na sua actuação, através de programas ou actividades que envolvam a massa juvenil partidária e apartidária.
Delmiro Ymbi refere que Sun Yat-Sem, antigo líder chinês, dizia que “a falta de nacionalismo é prejudicial para a identidade de um povo e que o nacionalismo não é discriminar outros povos, mas sim defender-se deles apenas e manter a integridade nacional”.
No segundo ponto, o advogado afirma que, depois do processo eleitoral na JMPLA, o candidato que for eleito terá o desafio de dar respostas às aspirações dos jovens em domínios como educação, saúde, actividade económica, emprego e habitação.
“Em Angola, os jovens têm características múltiplas, desde a condição desigual, atendendo à sua origem, ao meio social, ao seu nível de renda, às disparidades económicas entre o campo e a cidade, e à tipologia de educação recebida”, refere o responsável.
Delmiro Ymbi afirma que os futuros responsáveis das organizações de base da JMPLA de- vem compreender os factores que estão à volta das formas de estar da juventude em Angola, pois é a força motriz para auxiliar o Estado.
Quanto à educação, o advogado diz que os programas da JMPLA, a nível das organizações de base, devem reiterar e contemplar a educação, saúde, emprego, sem esquecer a taxa de actividade no seio dos jovens.
Figuras que passaram pela JMPLA
Na JMPLA, juventude do Movimento Popular de Libertação Nacional – MPLA, fundado em 23 de Novembro de 1962, no então Leopoldville, hoje Kinshasa, na República Democrática do Congo (RDC), já passaram vários secretários nacionais.
Algumas figuras, depois de cumprirem os seus objectivos estabelecidos nos valores do movimento juvenil de massas, que são a educação, elevação da consciência política e patriótica e a promoção cultural e técnica dos jovens angolanos, continuam Candidatos no silêncio Apesar de a fonte do jornal OPAÍS avançar o nome dos candidatos à corrida do cadeirão máximo da JM- PLA, no Congresso Ordinário de Novembro próximo, os candidatos remeteram-se ao silêncio.
Os dois nomes mais citados no processo, Justino Capapinha e Jandir Patrocínio, não foram à fala com este jornal, visto que todos os contactos feitos ao longo da semana foram sem sucesso.
Nos bastidores, envolto em muito secretismo, as equipas estão ser formadas para no momento apresentarem os argumentos de razão aos dele- gados ao IX Congresso Ordinário da JMPLA. a exercer outras funções no partido.
Por conta disto, a transmissão de valores acontece de geração em geração, sendo que cada vez mais jovens estão nas fileiras do braço juvenil do partido para darem o seu contributo em vários domínios.
Bornito de Sousa, Baltazar de Almeida Júnior, Afonso Van- Dúnem, Francisco Bartolomeu, Boavida Neto, Paulo Pombolo, Sérgio Luther Rescova e o cessante Crispiniano dos Santos são alguns nomes que já passaram pela JMPLA, desde a sua fundação.