O Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE) apresentou ontem, quintafeira, em Luanda, aos empresários a ficha técnica dos hotéis, as regras e procedimentos do concurso público, por via de leilão electrónico, das 39 unidades da rede IU, IKA e BINA, distribuídos por 15 das 18 províncias do país
Nesta sessão de esclarecimento, os investidores conheceram a ficha técnica e a localização dos 28 hotéis da rede IU, dos quais 13 estão em pleno funcionamento e 15 inoperantes (porém equipados e prontos a operar), construídos numa aérea de três mil 760 metros quadrados (m²), com sete andares, 60 quartos, com a categoria de três estrelas.
Relativamente aos 10 hotéis da linha IKA, apenas um se encontra em operação, três paralisados e seis inacabados, construídos numa área de 10.950 metros quadros, com seis andares que suportam 150 quartos, sob a categoria de quatro estrelas.
O único hotel Bina, modelo aparthotel, localizado na província do Zaire, município do Soyo, construído numa superfície de 7 mil e 210 metros quadrados, com 84 quartos distribuídos pelos 21 andares do edifício, encontra-se paralisado, mas totalmente equipado.
Segundo o chefe de Departamento de Privatizações do IGAPE, João Sionguele, o concurso público por via de leilão electrónico será este mês (Fevereiro), cuja sessão terá uma duração de 24 horas.
O processo de submissão das candidaturas terá num período de 60 dias. São elegíveis pessoas singulares, particulares e consórcios, nacionais e/ou estrangeiros, a partir de uma prévia inscrição na plataforma do concurso (leilão.minfin.gov.ao/), para posterior candidatura.
De acordo com o responsável, depois da abertura do concurso e da respectiva submissão da candidatura ao leilão, os interessados têm a possibilidade de realizar visitas de constatações aos hotéis para os reais levantamentos de investimentos e assim fazer propostas mais seguras.
O técnico do IGAPE explicou aos empresários que esta compra pode ser feita, percentualmente, por meio da Dívida Pública Titulada e não dívida certificada.
O presidente da Associação de Hotéis e Resorts de Angola (AHARA), Ramiro Barreira, considerou ser um contributo significativo para a rede hoteleira do país e gostaria que os investidores nacionais tomassem dianteira.
“É preciso colocar esses hotéis ao serviço da economia angolana, para estimular o turismo e a restauração, bem como potenciar o contributo do sector no Produto Interno Bruto, que está fixada abaixo de um por cento, para o tesouro nacional”, argumentou.
Por sua vez, Paula Dias, representante da rede hoteleira Chik Chik, disse ter saído esclarecida com a sessão e que o seu grupo empresarial está interessado na compra de algumas unidades da rede AAA.
O empresário Eugénio Clemente entende que o IGAPE precisa melhorar alguns procedimentos para optimizar o concurso, tendo em conta a realidade económica do país, bem como as localizações dos imóveis.
Em Janeiro, o Presidente da República, João Lourenço, autorizou a abertura do concurso público para a privatização dos 39 hotéis da IU, IKA e BINA, construídos nas 18 províncias do país.
Segundo o Despacho Presidencial n.º 19/24, de 11 de Janeiro, essas unidades hoteleiras fazem parte da rede de hotéis da então seguradora AAA e a sua privatização enquadra-se no Programa de Privatização (PROPRIV), no período de 2023 a 2026.
João Lourenço delega competência à ministra das Finanças, Vera Daves, podendo subdelegar na prática os actos decisórios, bem como para a verificação de todos as acções para privatização destes imóveis hoteleiros.