O grupo de Mulheres Parlamentares da Assembleia Nacional sentou-se ontem Terça-feira, 26, à volta de uma mesa redonda, onde reflectiu sobre “a Família, Cidadania e Valores”. Na ocasião, a presidente deste grupo, Luísa Damião, disse que esta agremiação feminina parlamentar está preocupada com a desestruturação das famílias e com o aumento de casos de violência.
POR: Rila Berta
Por isso, lançou um apelo aos parceiros sociais, com realce para as igrejas, para desenvolver uma campanha de moralização da sociedade, com ênfase na coesão das famílias, no combate à violência e à discriminação das mulheres. Luísa Damião disse ser necessário que os adultos sejam uma referência das novas gerações.
“Daí que devemos trabalhar no âmbito do resgate dos valores éticos, cívicos, culturais e patrióticos”, disse. Exortou ainda as famílias a manterem o espírito de tolerância para evitar conflitos e o aumento de casos de violência, numa altura em que a situação começa a atingir proporções alarmantes. Apontou a violência física, sexual, patrimonial, laboral e económica”, como sendo as mais frequentes, tendo recomendando que os lesados ou outras pessoas denunciem tais crimes às autoridades competentes. Reconheceu que a existência de uma Lei contra a Violência Doméstica constitui um ganho para as famílias, entretanto referiu ser importante que se continue a divulgar esta mesma Lei até aos lugares mais recônditos.
Durante o debate, a deputada Helena Abel disse que os desafios são lançados aos pais no sentido de educarem os filhos, contribuindo assim para o desenvolvimento do país. “Depois vem a escola, que é considerada a extensão da família e uma instituição que concorre para a educação do cidadão”, apontou. Apelou que as mulheres estejam unidas, sobretudo no dia 8, data em que se celebra o Dia Internacional da Mulher. Por sua vez, Clarice Mukinda salientou o facto de as famílias estarem cada vez mais desunidas por conta da ausência dos pais no seio familiar, e por força dos horários laborais.
Apelou, por isso, mais atenção às famílias e que o Estado crie mecanismos que incentivem os pais a serem mais presentes no seio da família. Porém, Cândida Narciso destacou o papel da mãe solteira e da capacidade que estas possuem, para mesmo isoladas, serem capazes de educar os filhos. Incentivou, por isso, as mulheres nesta condição a não desanimarem. Participaram na mesa redondas as deputadas Luísa Damião, Helena Abel, Clarisse Mukinda e Cândida Narciso. Este ano as comemorações do Dia da Mulher têm como signo o Empoderamento das Mulheres. O número de mulheres no parlamento angolano, na actual Legislatura, é de 66, enquanto na Legislatura anterior contavam-se 81 deputadas.