A Associação de Mulheres Vítimas da Violência no Leste da República Democrática do Congo (RDC) solicitou, ontem, ao Presidente da República de Angola, João Lourenço, uma intervenção mais activa no processo de pacificação do país que enfrenta uma situação crítica.
Uma delegação composta por várias mulheres congolesas da organização, liderada por Juliene Essange, foi recebida em audiência, em Luanda, pelo Chefe de Estado angolano, que actua como facilitador do processo de paz na RDC.
A RDC tem enfrentado um conflito interno há vários anos, liderado por rebeldes armados do M23, que supostamente recebem apoio militar das Forças Armadas do Ruanda.
No final da audiência, que decorreu no Palácio Presidencial da Cidade Alta, a chefe da delegação congolesa descreveu a situação no leste do seu país como “catastrófica” e sublinhou a necessidade do contínuo apoio do Presidente angolano no âmbito do processo de Luanda, que se traduz na busca de consenso entre as partes para a paz na RDC.
“A situação de segurança na parte leste da RDC é crítica. Temos mais de 10 mil deslocados internos devido a este conflito, onde mulheres e crianças estão a ser violadas e a morrer de fome”, lamentou Juliene Essange.
Afirmou que, na RDC, estão ocorrer situações “incríveis” de violência e crise humanitária, acusando o Ruanda de prestar apoio aos rebeldes do M23.
“A situação é muito difícil no território da RDC, razão pela qual vimos apelar ao Presidente angolano, na qualidade de facilitador para a paz, para que continue com o processo de Luanda”, expressou Essange.
O apelo ao Presidente João Lourenço reforça a necessidade urgente de uma solução pacífica e a importância do papel de Angola na mediação do conflito na RDC.