A Zâmbia tem, agora, o botão no acelerador para a feitura de investimentos infraestruturais a pensar naquilo que pode vir a ser o movimento comercial. O seu ministro dos Transportes, Frank Tayal, sublinha, neste particular, que um corredor bem planeado pode aumentar os volumes comerciais e, por conseguinte, criar emprego para a população, na perspectiva de continuar a atrair investimentos estrangeiros e não só.
De modo que a Zâmbia, enquanto parte integrante, está optimista que o corredor de desenvolvimento económico da SADC vá reduzir o tempo de viagem, permitindo a circulação de pessoas e bens com mais eficiência, ao mesmo tempo que considera o corredor um projecto irreversível.
O governante zambiano afirma que o corredor oferece várias oportunidades de negócios, antevendo, por conta das quais, um cenário em que os agricultores dos três países, nomeadamente Angola, RDC e Zâmbia, possam, facilmente, transportar os seus produtos para mercados ocidentais. “Podem transportar os minérios e acessar a matérias-primas e as famílias podem viajar de forma segura”, salienta o governante zambiano.
Tayal reforça que os ministros do comité têm a obrigação de trabalhar, afincadamente, a fim de que o corredor se torne operacional, advertindo para a necessidade de se tomar a peito todas as recomendações saídas da primeira reunião, ocorrida há um ano. Entre os três, como tem sido assumpção governamental, Angola é o país que mais investimentos fez.
A RDC, por via do Presidente Félix Tshiseked, tinha assumido um investimento de 200 milhões de dólares, porquanto há por construir algumas dezenas de quilómetros de linhas ferroviárias.
O ministro zambiano assinala aquilo a que chama de «marcos», para permitir que a Zâmbia e Angola estejam conectadas. Desde já, Tayal alude que, em Setembro de 2024, se concluíram as negociações com a Cooperação Financeira Africana para a construção de um ramal de linha férrea ZâmbiaAngola.
“Nesse sentido, um acordo de concessão para facilitar a sua concessão foi assinado aos 24 de Setembro de 2024, na cimeira das Nações Unidas, nos Estados Unidos”, lembra.
Para além disso, ele realça que as obras para a melhoria da linha férrea de Lusaka decorrem a bom ritmo, ressaltando que o seu país está comprometido para colaborar tanto com a Angola quanto com a RDC para o desenvolvimento de Infra-estruturas, com destaque para os postos transfronteiriços de Gimbé e a estrada que dá para o Moluva. “O posto transfronteiriço de livre acesso para a fronteira de Sacanha. O próximo é a fronteira com a RDC, na província do Norte”, disse.
Mais de 100 mil toneladas de minérios já foram transportados
Em nome do ministro dos Transportes, Comunicações e Vias Navegáveis da RDC, Roger Tea-Biasu admite que o seu país está engajado para o tão almejado sucesso do corredor do Lobito, ao dar conta que a prova é a previsão de reabilitação de importantes infra-estruturas de suporte, como caminhos-de-ferro e porto, de modo que a RDC esteja conectada com o corredor do Lobito.
Até aqui, já foram transportados pela Sociedade Nacional dos Caminhos-de-Ferro do Congo Democrático 120 mil toneladas de produtos minerais explorados.
“O corredor do desmatamento do Lobito poderá ter um impacto significativo na preservação do meio ambiente, pela redução de emissão de gases e também pela transferência de importantes quantidades de mercadorias”, declara.
Já o ministro angolano dos Transportes, Ricardo de Abreu, revela estar em curso a criação de condições para transformar as infra-estruturas e os seus recursos em benefícios reais e duradouros para os povos dos três países do corredor.
De acordo com o titular dos transportes, os avanços alcançados demonstram o compromisso dos Estados-membros para o fortalecimento do projecto e a dinamização económica.
Ele destaca, particularmente, a formalização do modelo de governo da Agência de Facilitação e Trânsito de Mercadorias, um marco essencial para assegurar a eficiência sustentável “das nossas operações.
Este modelo reflecte um compromisso partilhado entre os nossos três países para garantir que esta agência produza resultados”, disse. Por sua vez, a secretária executiva adjunta para a integração regional da SADC, Angele Makombo Ntumba, admite esforços da organização regional para materialização de compromissos assumidos pelos três países, no que se refere, sobretudo, à operacionalização, tendo em conta o desenvolvimento do corredor do Lobito, ao sinalizar que a SADC vai continuar a supervisionar, à boleia do mote do surgimento do corredor do Lobito, que é o de ligar os países sem saída para o mar aos portos para o comércio. “Estou convencida de que vamos conseguir materializar os objectivos”, disse.
Por: Constantino Eduardo, em Benguela