A governadora da província do Bengo, Maria Antónia Nelumba, vem, desde Outubro, se desdobrando em encontros de auscultação em relação aos problemas das populações a quem pede participação na resolução dos mesmos, porque o dinheiro atribuído à província, 0,5 %, do total do OGE, não resolve todos os problemas
Depois do município dos Dembos, no último Sábado, 22 de Abril, a governadora provincial do Bengo foi ao encontro das populações da comuna da Barra do Dande e da Centralidade de Capari, no município do Dande. Em declarações a este jornal, Maria Antónia Nelumba disse ter encontrado, em Setembro do ano passado, “um Bengo melhor, se comparado com dos últimos cinco anos”.
Porém, referiu que , apesar do crescimento sócio-económico que se verifica, a população continua a defender a construção de mais escolas, unidades de saúde, postos policiais, espaços de lazer, entre outros empreendimentos. Na Barra do Dande, a população queixou-se das inundações de alguns bairros provocadas pelas últimas chuvas que caíram um pouco por todo o país, da ineficiência de equipamentos sociais e da falta de energia eléctrica. A maioria das famílias usa geradores.
Prontamente, a governador orientou a área técnica do seu governo para dar tratamento a questão das inundações. Já na centralidade de Capari, os cidadãos apresentaram uma longa lista de problemas, como a falta de serviços sociais, bancos, centros de saúde, postos policiais (existe apenas um), iluminação pública, casa de velório e transporte públicos. Nas suas intervenções, nas duas localidades visitadas, a governadora provincial do Bengo reconheceu que os problemas da província ainda são muitos e que o orçamento que recebe é irrisório. Por exemplo, elucidou, para o exercício económico 2023 a província recebeu apenas 0,5 o total do Orçamento Geral do Estado.
“Temos consciências dos problemas, mas estamos impotentes de resolvê-los sem a participação dos cidadãos”, disse. A governante acrescentou que “vamos procurar dar maior atenção a todos os problemas apresentados, definindo melhor as prioridades”. “Mas gostaríamos de pedir à população para não indicarem apenas os problemas, mas também ajudarem a encontrar soluções”, acrescentou. Na centralidade de Capari, a responsável admitiu que todos os problemas levantados não serão resolvidos no curto prazo. “Temos que estabelecer prioridades”, esclareceu.
Para já o Governo provincial vai dar solução a questão da iluminação pública, prevê o aumento do patrulhamento, recolha do lixo e trabalhar com o Ministério dos Transportes para resolver o problema da mobilidade, porque, como disse, 80% dos trabalhadores do Governo do Bengo vivem em Luanda. Em relação à construção de escola e centro médicos, pediu paciência à população, pois são projectos que serão inscritos no PIIM- Plano Integrado de Intervenção nos Municípios.
Empreendedores devem investir
A governadora do Bengo desafiou os empreendedores com capacidade financeira a construírem os equipamentos sociais, tendo esclarecido, por exemplo, não ser responsabilidade do Governo construir bancos. “As pessoas com dinheiro podem construir creches, casas de velório e outros equipamentos”, disse, tendo mostrado abertura para a cedência de terrenos para este fim.
POR: José Zangui