O governador de Benguela diz que se deve ter o entendimento de que cada geração tem um desafio e uma missão a cumprir, tendo sempre como base um pensamento desafiante, seguindo – de resto – bons exemplos de antecessores.
O governante admite que os desafios, nos dias de hoje, são complexos e diferentes dos do passado, por consubstanciarem-se na luta contra a fome e a pobreza, para além da erradicação do analfabetismo, isso na perspectiva de garantir um ensino universal e com a qualidade requerida, sem, no entanto, perder de vista o investimento no sector da saúde.
“O número de médicos e de profissionais de saúde no Sistema Nacional de Saúde do nosso país é de investir cada vez mais na qualidade deste mesmo sistema de saúde”, ressalta. Lembra ter sido num dia como hoje em que um grupo de filhos destemidos da pátria angolana, demonstrando uma coragem física e política extraordinárias, elevou as suas vozes de protesto e, com catanas na mão, enfrentou as poderosas forças do regime português, em 1961, ao considerar que a data tem um profundo significado histórico e político para o país, por representar o início de uma resistência popular generalizada contra o colonialismo português, que abriu caminho para que Angola se tornas- se independente, isto a 11 de novembro de 1975.
“Graças a estes bravos nacionalistas, vamos, este ano, celebrar os 50 anos da independência do nosso país”, sublinha. O número «um» da província de Benguela salienta que o desafio também passa por estabilizar a economia, garantir o crescimento sustentado e sustentável da economia nacional, diversificando-a e, por conseguinte, diminuir a sua grande dependência dos recursos do petróleo.
O aumento da produção nacional e diminuição das importações, sobretudo de produtos de amplo consumo popular, constituem, também, desafios a ter- se em conta, visando assegurar melhores condições de vida para a população. “Precisamos também de diversificar as nossas exportações.
Hoje, precisamos de continuar a melhorar as condições para a atracção do investimento privado, para que os angolanos invistam em Angola e os estrangeiros vejam o nosso país como um lugar atractivo para fazer negócios. Só assim teremos um sector privado forte, capaz de criar empregos para os angolanos e para que cada um de nós possa viver e sustentar a nossa economia”, ressalta.
Ao celebrar os 64 anos de início da luta armada de libertação nacional – refere o governante – dever-se-á transmitir a todos os heróis do 4 de Fevereiro e não só eterna gratidão. “Temos de honrar o nosso passado e a nossa história, aprender as lições que a nossa história nos dá para que sejamos capazes de construir o país que todos nós queremos”.
Ele frisou que os acontecimentos do 4 de Fevereiro de 1961 não são meros factos do passado, são como que verdadeiras heranças políticas, por trazerem consigo um conjunto de importantes lições para o presente e o futuro do país. De acordo com o governante, não deve haver uma pátria sem patriotismo e patriotas.
“Esta afirmação foi válida ontem, é válida hoje e continuará a ser válida amanhã”, observa, acrescentando, porém, que, “se o patriotismo não imperar entre nós, pode- remos ter um conjunto de pessoas que partilham o mesmo território, mas nunca seremos uma pátria, nem tampouco alcançaremos os nossos objetivos colectivos”.
Nunes Júnior apela à união entre angolanos, para quem tal contribui para que uma nação se torne mais forte, independente das opções políticas de cada um, crenças religiosas ou etnia a que se pertença, na medida em que todos fazem parte do mesmo povo “e juntos se- remos capazes de vencer grandes desafios”.
“Uma outra lição do 4 de Fevereiro é que devemos ter mais vontade de vencer do que medo de perdermos”, realça. Segundo Júnior, hoje, precisa-se vencer a luta pela moralização da sociedade, ao defender que cada angolano deve encarar a coisa pública como um bem colectivo, que deve ser bem cuidado e utilizado em benefício de todos e não para fins pessoais de apenas um grupo.
POR: Constantino Eduardo, em Benguela