O embaixador de Angola no Reino Unido, Geraldo Sachipengo Nunda, destacou as decisões que cimentaram o processo de paz em Angola. Ao falar numa webinar para a comunidade angolana residente na diáspora sobre as decisões que moldaram a história de Angola no âmbito da segurança nacional, o general apontou as valências que ditaram o abraço entre irmãos.
Entre elas ressaltou o cessar-fogo, a aprovação da Lei da Amnistia, a incorporação e enquadramento das ex-forças militares da UNITA (então FALA) nas Forças Armadas Angolanas e o processo de reinserção social dos desmobilizados, como as principais decisões que cimentaram a paz em Angola, alcançada a 4 de Abril de 2002.
O diplomata angolano sublinhou que, para um povo como o de Angola, que viveu vinte e sete anos de guerra civil, o alcance da paz é um acontecimento que deve ser lembrado e comemorado para que nunca mais aconteça uma guerra tão cruel entre angolanos.
Geraldo Sachipengo Nunda, general do Exército na reforma e figura que participou no processo do Memorando de Entendimento do Luena, explicou que as decisões tomadas na altura faziam parte do Memorando de Entendimento do Luena, negociado e rubricado entre as chefias militares das Forças Armadas Angolanas e das exforças militares da UNITA, FALA, em 2002.
“No dia 13 de Março de 2002, o Governo de Angola proclamou o cessar-fogo e a directiva para o início oficial das negociações. No dia 15 de Março, foi realizado em Kassamba o primeiro encontro oficial, onde se estabeleceram os fundamentos do Memorando do Luena e, no dia 17 de Março, foi enviado o Tenente -General Diógenes Malaquias e o então subcomissário Alfredo Eduardo Mingas (Panda) ao local onde se encontrava o General Lukamba Gato, secretário-geral da UNITA e presidente da Comissão de Gestão da UNITA, para levar a mensagem do Governo para a negociação”, contou.
O embaixador, que defendeu a importância de preservar a paz no país, apelou à juventude a estudar a história de Angola e fazer uma análise profunda de toda a sociedade sobre a importância das decisões tomadas por militares e políticos angolanos para o alcance da paz em Angola.
“Experiências mostram que, o que cria e constrói uma estrutura e cimenta a identidade de uma nação é a partilha comum e o bem-estar dos seus cidadãos”, salientou, fazendo, igualmente uma incursão pelas causas do regresso do conflito armado depois das eleições de 1992, a actuação da missão de observadores das Nações Unidas em Angola até ao alcance da paz definitiva em 2002. Saliente-se que Angola alcançou a paz definitiva depois de várias tentativas de acordos assinados, entre os quais, os de Bicesse e de Lusaka, entretanto sem êxitos.
A 4 de Abril de 2002, aquilo que havia sido um dia esperança, ficou alcançada com a subscrição de Luanda em que foram protagonistas os generais Armando da Cruz Neto e Abreu Kamorteiro, das FAA e das extintas FALA, respectivamente.