Uma diligência de última hora, solicitada pelo tribunal, adiou a resposta em relação ao avanço ou não, em julgamento, do caso que envolve o antigo chefe da Casa Militar do Presidente da República, Manuel Hélder Vieira Dias “Kopelipa”
Ao todo, foram ouvidas apenas nesta fase de instrução contraditória três testemunhas, já que as demais não foram previamente notificadas e as outras estão arroladas como arguidas, soube o jornal OPAÍS de fontes próximas ao processo. A diligência em causa, a pedido do juiz relator do processo, está sob segredo de justiça, podendo vir a ser revelado na próxima Terça-feira, altura em que os co-arguidos ficarão a saber se vão ou não a julgamento.
Os dois dias desta fase de instrução contraditória revelaram- se bastante tranquilos, com as partes (Ministério Público e defesa) a deixarem a sala de audiências algo descontraídas. Por enquanto, tanto o Ministério Público quanto a defesa tentam validar, perante o tribunal, os seus argumentos de razão em função dos factos que se imputam aos co-arguidos.
De acordo com o advoga- do Benja Satula, que defende as duas empresas arroladas no processo-crime, tem sido um bom momento de debate entre as partes, fundamentalmente para a compreensão do tribunal. Já o causídico João Gourgel, que advoga em favor do antigo homem forte do antigo Presidente da República, o general Kopelipa, salienta que tudo fará para “derrubar” algumas das acusações constantes no despacho do Ministério Público.
“Kopelipa” e demais co-arguidos estão a ser acusados dos crimes de peculato, burla por de- fraudação, falsificação de documentos, associação criminosa, abuso de poder, branqueamento de capitais e tráfico de influências, tendo arrolado 23 declarantes. Recorde-se que os generais “Kopelipa” e Leopoldino do Nascimento “Dino” tinham sido constituídos arguidos em Outubro de 2020, pela Procuradoria- Geral da República (PGR).
Os dois generais foram acusa- dos de terem beneficiado de contratos celebrados entre o Estado angolano e o CIF, no âmbito do extinto Gabinete de Reconstrução Nacional (GRN). Dentre outros empreendimentos, o CIF possuía, em Luanda, duas torres gigantes localizadas na rua 1º Congresso do MPLA, na Ingombota, em Luanda, e mais de mil imóveis inacabados construídos com fundos públicos no Distrito Urbano do Zango, Viana, também na capital do país