Apesar de não haver acções visíveis aos olhos da sociedade, o partido fundado por Álvaro Holden Roberto diz estar a trabalhar no silêncio no redimensionamento das suas estratégias iniciais, que tinham como foco as autarquias, mas agora a prioridade é a reorganização e dinamização do partido
Antes a estratégia estava virada para as eleições autárquicas, onde o partido pretende vencer um número considerável de municípios. De acordo com o secretário nacional da Frente Nacional da Libertação de Angola (FNLA) para os assuntos políticos, Roberto Nsoki, a mudança do foco da estratégia deveu-se à incerteza da data para a efectivação das eleições autárquicas. A ideia inicial era de o partido conquistar um número considerável de munícipios nas eleições autárquicas, disse o político.
Neste momento, no âmbito da reorganização e dinamização da FNLA, já decorre, um pouco por todo o país, a movimentação dos secretários municipais e alguns provincias. Ainda segundo Roberto Nsoki, com a reorganização e dinamização do partido pretende-se devolver a dignidade e dimensão histórica do partido.
“A FNLA é considerada, por alguns círculos da sociedade, como partido dos velhos. Aliás, não inovou na sua liderança”, disse o político. Por exemplo, o actual presidente do partido, Nini A Simbi, tem 72 anos de idade, e está frequentemente fora do país em tratamento médico. Todavia, de acordo com o secretário nacional para os Assuntos Políticos, Roberto Nsoki, o actual líder vai continuar no cargo até ao congresso do partido previsto para 2026. Entretanto, no âmbito da reorganização e dinâmica do partido, já se regista a “injecção de muitos jovens nos órgãos de direcção do partido”.
Luanda no centro das atenções
Para a FNLA, que pretende ter mais presença no Sul do país, as atenções continuam viradas para a província de Luanda, principal praça eleitoral do país. Para o efeito, a FNLA quer recrutar até ao primeiro trimestre de 2024, em Luanda, um milhão de novos militantes. Importa referir que o partido fundado por Holden Roberto tem dois deputados na Assembleia Nacional e, pela primeira vez, forma com o PRS o Grupo Parlamentar Misto. Ambos nas últimas eleições, em 2022, elegeram cada um dois deputados.