O partido Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) reclama a inserção dos seus ex-militares nos diversos projectos de apoio social, com realce para a caixa de segurança social dos antigos combatentes e veteranos da pátria, facto que faz com que os mesmos se sintam esquecidos
A reclamação foi feita no último sábado, 15 de Março, por João Ndó, que falava em representação da FNLA, à margem das celebrações do dia da expansão da luta de libertação nacional, cujo acto central decorreu na cidade do Lubango.
João Ndó disse que os ex-militares que participaram em todo o processo de libertação, que culminou com a proclamação da independência, não estão a beneficiar de qualquer projecto, como acontece com os ex-militares que compunham os braços armados da UNITA e MPLA.
O nosso interlocutor disse que é lamentável a situação pela qual passam os homens que deram a sua vida para o alcance da independência nacional e pede a intervenção do Governo para a resolução do problema que já se regista há décadas.
“Nós consideramos o 15 de Março, como a data mais importante do país, que nos conduziu para a independência, embora com as dificul- dades que os nossos antigos combatentes vivem. Vivemos uma vida totalmente miserável, os antigos da FNLA, até hoje, não têm destino certo, não estão a beneficiar da- quilo que lhes merece.
Até hoje, nós não temos combatentes na caixa do exército, mas é um direito que lhes cabe”, disse. O acto das celebrações do dia da expansão da luta de libertação nacional, que decorreu numa das unidades hoteleiras da capital huilana, enquadra-se igualmente nos 50 anos da independência de Angola, a assinalar-se no próximo dia 11 de Novembro.
João Ndó disse que é necessário que os combatentes que lutaram do lado do então movimento FNLA sejam enquadrados nos diversos programas de assistência social, paraque se possa honrar a sua participação na conquista da independência.
Ministério da Defesa, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria diz ter conhecimento do assunto
O Ministério da Defesa Nacional, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, afirmou ter conhecimento do assunto que aflige os ex-militares da FNLA, por não estarem inscritos na caixa social. O Tenente General Zangui Longa fez saber que o processo da caixa de segurança social resulta dos acordos de Bissesse, cujos signatários foram o MPLA e a UNITA, por esta razão, os combatentes da FNLA não estão a beneficiar dos projectos sociais.
De acordo com o Tenente General, a solução deste problema é de nível político, porque a nível das Forças Armadas não existem condições para dar resposta a esta necessidade, apontando para o parlamento como a única instituição competente para o tratamento do assunto.
“A caixa social é produto dos acordos de Bicesse, logo, não sendo parte do processo Bicesse e havendo esta necessidade de se ver a questão dos ex-ELNA, levou-se o processo à análise dentro das Forças Armadas que chegaram à conclusão de que, a nível das FAA, tecnicamente não existem condições para absorver esta franja da sociedade”, revelou.
Por outro lado, o ditector do património histórico militar, Tenente General Nzangui Longa, informou que para a solução deste problema, é necessário que o assunto seja encaminhado para a Assembleia Nacional, para que o assunto seja debatido a nível das bancadas parlamentares.
POR: João Katombela, na Huíla