Pais e encarregados de educação manifestam preocupação em relação à falta de vacina contra a pólio e rotavírus, doses que as crianças têm de, obrigatoriamente, apanhar de dois em dois meses e, por isso, suspeitam danos colaterais, em caso de não se cumprirem as fases de vacinação.
Uma mãe, que se apresenta apenas como Helena, manifestouse extremamente preocupada pelo facto de não ter, até aqui, conseguido vacinar os seus filhos gêmeos, que estão agora a fazer quatro meses de vida. Ela garante ter-se deslocado, recentemente, ao Hospital Geral de Benguela, na esperança de poder observar o calendário de vacinação para as crianças, todavia não obteve sucesso.
“No hospital disseram a mim e ao meu esposo para irmos ao (hospital) Municipal, mas, posto lá, também nada”, resume a senhora, ao realçar que tomou conhecimento de que, na região sul, apenas a província da Huíla dispunha de vacinas em causa. “Elas tomam as duas vacinas. As vacinas estão mesmo difíceis na província de Benguela, ou seja, a rotavírus e a pólio”, queixou-se um pai, que, entretanto, não se quis identificar.
De acordo com o interlocutor, a falta das aludidas vacinas deixa pais com bebés recém-nascidos preocupados, em virtude das consequências decorrentes da falta das mesmas no organismo da criança. “Eu estou preocupado para o que pode vir a acontecer com os nossos filhos, caso não haja vacinas”, manifestou-se o cidadão.
Em meio à aflição, houve pais que tivessem recorrido a clínicas, não importando o preço que pudessem vir a ser praticado, para ver se os bebés apanhassem as doses das vacinas de pólio e rotavírus. No entanto, onde esperam ter alguma coisa, não foram bem-sucedidos, porquanto muitas manifestaram, igualmente, incapacidade para atender aos pedidos. Esse quadro levou a que muitos deles pensassem em rumar à vizinha província da Huíla, onde se diz haver.
Saúde tranquiliza e vai vacinar na sexta-feira
Entretanto, contactado por este jornal, via telefónica, o director do Gabinete Provincial da Saúde, Manuel Cabinda, tranquiliza os pais e, por conseguinte, assegura que, ainda nesta semana, vai ser promovida uma campanha de vacinação.
Numa curta declaração, o gestor público admitiu ter havido uma ruptura a nível nacional, que, entretanto, já foi superada, ao sinalizar, seguidamente, ter tudo preparado para o arranque da campanha, já a partir de sexta-feira, 17. “Existiu uma ruptura nacional que já foi superada e, nesta sexta-feira, arranca a campanha de vacinação contra a pólio”, frisou. No que se refere ao tipo de vacina rotavírus, o responsável sustenta que “estamos na fase de recepção da logística”.