Médicos militares angolanos, americanos e sérvios vão trabalhar num exercício militar conjunto e combinado até 14 de Dezembro em Angola com vista a melhorar o diagnóstico molecular clinico e laboratorial das doenças infeciosas, endémicas e epidémicas como é o caso da malaria, dengue, chicungunya e cólera.
POR: Iracelma Kaliengue
O exercício denominado “Pambala 2017” incidir- se-á nas componentes teórica e prática e conta com mais de 300 técnicos de saúde do Comando de Treino do exército da Servia, da Guarda Nacional de Ohio (Estados Unidos da América) e das Forças Armadas Angolanas (FAA).
A coronel angolana Marlene da Fonseca, que vai chefiar o exercício conjunto, referiu que o evento será realizado em duas fases, tendo a primeira iniciado ontem com o foco na formação e a segunda na prestação médica comunitária nas comunas do Vale do Paraíso e Cerâmica, na província do Bengo.
Visará o reforço da capacidade de resposta em doenças contagiosas, com maior ênfase para as febres hemorrágicas e o ébola. Segundo Marlene da Fonseca, o objetivo principal é garantir prontidão médica militar, para uma resposta efectiva a casos de doenças hemorrágicas (ébola e marburg) altamente contagiosas,
através de uma intervenção multissectorial.
Fez saber ainda que o exercício pretende aumentar a capacidade de defesa do país contra agentes biológicos agressivos, febres hemorrágicas, através da interacção multissectorial entre as FAA, Polícia Nacional, Ministério da Saúde, Serviço Nacional de Protecção e Bombeiros, Instituto Nacional de Emergências Médicas e Serviço de Migração e Estrangeiros.
Está prevista, até 8 de Dezembro, a formação e troca de experiências entre os profissionais envolvidos no exercício médico militar conjunto e combinado. Os técnicos angolanos vão ministrar cursos sobre doenças tropicais, nomeadamente malária, vírus do zika, febre tifoide e tripanossomíase para os 27 parceiros internacionais da Guarda Nacional de Ohio, nos Estados Unidos, e 13 da Sérvia.
Já a Guarda Nacional de Ohio vai ministrar matérias sobre gestão de funerais e da logística em caso de morte por doença do vírus ébola. A segunda fase do exercício passa pelo atendimento às comunidades, que vai acontecer em dois bairros da cidade de Caxito.
Neste exercício, os médicos vão prestar cuidados primários preventivos e curativos de saúde, englobando o saneamento, higiene, saúde reprodutiva, cuidados pré-natais a mulheres grávidas, violência doméstica, campanhas de vacinação, despistes de doenças crónicas não transmissíveis, nutrição e diabetes, além do tratamento das doenças correntes.
O exercício está a ser promovido pelo Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas, que conta com os parceiros nacionais da Direcção Nacional de Saúde, Polícia Nacional, Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros, Instituto Nacional de Emergências Médicas, Serviço de Migração e Estrangeiro e os governos Provinciais de Luanda e do Bengo. Neste exercício participam observadores pela Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), da Côte d’Ivoire, Mali, Lesotho, pela OTAN, Portugal e Hungria, e pela Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).