Ameaças à segurança e à soberania dos países, resultantes da produção das chamadas “Fake News”, através das plataformas digitais, devem ser combatidas, sem que necessariamente seja confundida com qualquer limitação à liberdade de expressão e de imprensa
Esta posição foi manifestada pelo secretário de Estado para a Comunicação Social, Nuno Caldas Albino, que falava ontem, quarta-feira, 21, durante o VI Fórum de Media China-África, que decorre na cidade de Beijing, República Popular da China.
Para o cumprimento deste desiderato, o responsável apelou à necessidade da conjugação de esforços, sobretudo aos países africanos, no sentido de reflectirem e trabalharem juntos, de modo a se encontrar uma solução conjunta, para que não haja o alarido da amputação da liberdade de expressão e de imprensa.
Neste quesito, e com abrangência que as TICs trazem, defendeu o governante, os jornalistas e os órgãos de comunicação social, no seu todo, têm igualmente a nobre missão em assegurar a promoção e indução de valores para a cidadania e o patriotismo no seio dos cidadãos.
“Fazendo a diferença e alertando para a necessidade de defesa da nossa democracia e de combate a todas as formas contrárias à unidade nacional, à promoção da paz e ao desenvolvimento e prosperidade dos angolanos”, destacou.
O secretário de Estado lembrou que, em Angola, a liberdade de imprensa é um direito constitucionalmente consagrado, havendo, por conseguinte, a necessidade de ser defendida através da organização dos profissionais que operam no sector da comunicação social e empreendendo acções concretas para desmascarar, desconstruir e reduzir o fenómeno das designadas “Fake News” ou desinformação, das melícias digitais.
“Mas também da pós verdade, fenómenos grandemente impulsionados pelas TICs, que como te- mos observado, têm vindo a descredibilizar o trabalho sério e rigoroso dos jornalistas e não só, e por sinal anula o esforço geral para a edificação de uma sociedade cada vez mais e melhor informada”, referenciou.
Ainda no mesmo segmento, Nuno Caldas considerou que os órgãos de comunicação social, os seus profissionais, os influenciadores sociais precisam e devem distanciar-se de práticas nocivas à actividade jornalística sensacionalista que atenta contra os valores da dignidade humana, da ética e deontologia profissionais, do patriotismo, da justiça social e do progresso das sociedades.
Progressos assinaláveis
Por outro lado, no quadro do exercício da liberdade de imprensa, Angola, segundo ainda Nuno Caldas, tem registado progressos assinaláveis, com grande destaque para a revisão do Pacote Legislativo da Comunicação Social que, além de outras, prevê para breve a aprovação do Regulamento da Media Electrónica online.
Trata-se de uma acção necessária, mas que só produzirá de forma sistematizada os resulta- dos esperados, defende o político, se globalmente Estados e instituições globais conseguirem agir como um corpo único.
“A título de exemplo, tem vindo a aumentar progressivamente o número de órgãos de informação registados: contam-se, neste momento, cerca de 47 órgãos de informação legalmente existentes em Angola, entre televisões, rádios, jornais e outros, reflectindo assim a diversidade de ideias e linhas editoriais”, manifestou.