No decurso do julgamento dos processos registados sob os números 29/20 e 44/23, em que é participante o Ministério público e arguido o então governador da Lunda-Sul Ernesto fernando Kiteculo, acusado nos dois processos da prática do crime de peculato, ontem o visado arrolou a também ex- governadora Cândida Narciso e demais altos funcionários daquela província
Julgamento, que deverá prosseguir nos próximos dias, vai arrolar outras pessoas, entre as quais a ex-governadora da província da Lunda-Sul, Cândida Narciso, o director do Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatística (GEPE) ao tempo de Ernesto Kiteculo, assim como os directores da Cultura e das Obras Públicas como declarantes. Na sessão de ontem, que teve duração de quatro horas de audição, o juiz do caso, David Modesto, e os seus dois pares tentaram buscar a produção de provas e a verdade material com base na acusação do Ministério Público de peculato e abuso de poder.
De acordo com as acusações, o Estado destinou 500 milhões de kwanzas para a construção e apetrechamento de uma biblioteca, antes de Ernesto Kiteculo chegar ao cargo de governador da Lunda- Sul, sendo a infra-estrutura dada como concluída. Mas o antigo governador contratou mais uma empresa, considerada fictícia, a Top quality, para a alteração da estrutura inicial, a quem terá pagado 15 milhões de kwanzas. Diante do juiz, o arguido disse que encontrou a obra num estado de execução física de 40%, sem portas, nem janelas, pelo que, diante da audiência, pediu que a anterior gestão se justificasse.
Desse modo, com anotação aprovando o pedido, fica arrolada no processo a anterior gestora da província, Cândida Narciso, e quadros seniores do Governo da Lunda-Sul. Algumas empresas envolvidas na aludida obra, entre elas a CASNOVA Company, estão igual- mente alistadas para declarem em tribunal neste caso que envolve Ernesto Fernando Kiteculo.
Na sequência, durante a audiência, o ex-governador da Lunda-Sul terá entrado em contradição, consigo mesmo, ao dizer, por exemplo, que assinou ordem de saque para empresas que não conhecia, atribuindo a responsabilidade ao director do GEPE, mas em última instância era ele mesmo que homologava todos os documentos.