Numa análise feita, por ocasião da aguardada visita de Estado do Presidente francês, Emmanuel Macron, o analista político, Luís Jimbo chama a atenção dos governantes, no sentido de defenderem primeiramente o interesse dos africanos de forma genuína e soberana
O Presidente francês, Emmanuel Macron vai efectuar, a partir do dia 2 de Março, uma visita de Estado à República de Angola, com uma agenda voltada para o reforço da cooperação industrial e empresarial entre os dois países, depois de o Chefe de Estado Angolano, João Lourenço ter efectuado, igualmente, uma visita com o mesmo objectivo em Maio de 2021.
A França pretende apoiar Angola, sobretudo, no domínio da soberania alimentar, com a formação de profissionais na área da agro- indústria, com o objectivo de fazer com que o país ganhe capacidade para transformar localmente os produtos do campo, para a alcançar a segurança alimentar dos angolanos e exportar produtos feitos em Angola.
A França tem uma relação histórica com os países africanos, resultante da colonização, e, sobre alguns destes países, este Estado europeu exerce ainda algum poder de intervenção, quer na área financeira (moeda franco-africa- no), na área militar (pela presença de tropas francesas) e também na área judicial em que processos que acontecem nestes países africanos chegam a ser julgados e condenados em França. Para além de Angola, Emma- nuel Macron vai também visitar outros países da África Subsaariana.
Relativamente a esta digressão de Macron ao Continente Berço, o analista político e especialista em Relações Internacionais, Luís Jimbo, afirmou que os líderes africanos devem manter uma relação de soberania plena com a França. Falando em entrevista a este jornal, Luís Jimbo referiu que os governantes africanos devem defender em primeiro lugar o interesse Região Militar Cabinda reafirma prontidão para a garantia da segurança à província Alberto Coelho, em Cabinda O comandante da 2ª Região Militar Cabinda, tenente-general Tukikebi Tussan dos Santos, realçou, nesta cidade, que a prontidão combativa, a defesa e segurança da província dos africanos de forma genuína, e fazer com que as relações sejam de interesse ou de benefício mútuo.
“É preciso mudar a forma de fazer negociação com os europeus. Os líderes africanos devem aproveitar, por exemplo, essa relação histórico-colonial que os países africanos têm com a França, para poderem melhorar as suas condições económicas, no sentido de impedir que os seus cidadãos emigrem para a Europa”, disse Luís Jimbo. No caso de Angola, sublinhou que o país tem jogado um papel importante ao nível da União Africana, ao dirigir e mediar, com o Presidente João Lourenço os conflitos no Centro de África.
Avançou que interessa à França manter, neste sentido, uma boa relação com Angola para que se- jam entendidas as suas necessidades, a fim de poder chegar a um acordo na negociação das questões mais estruturantes com o suporte da União Africana.
“O que interessa para Angola é também continuar a estabelecer uma relação com a França de busca de experiências no âmbito do conhecimento tecnológico para continuar a produzir, a explorar e a transformar localmente os seus produtos”, salientou. A França coopera com Angola, sobretudo, nas áreas da indústria, dos petróleos, no sector de alimentação e formação de quadros.