Angola alcançou a sua Independência Nacional a 11 de Novembro de 1975, libertando-se da colonização portuguesa. Em Novembro de 2024, celebrou 49 anos de sua Independência, sob vários desafios políticos, económicos e sociais
No âmbito das celebrações do 50.º aniversário de Independência Nacional, a rubrica “O Jovem e a Independência” desta edição traz a visão da jovem assistente social, Cristina Júlia Maia Andrade.
O povo angolano celebrou no mês de Novembro de 2024, 49 anos da sua Independência Nacional, de igual modo, prepara-se para comemorar neste ano os 50 anos de Independência. Enquanto jovem, que análise faz destes 50 anos de Independência Nacional?
A nossa independência foi um ganho para o povo angolano de Cabinda ao Cunene, porque naquela altura, Angola era uma província ultramarina de Portugal, mas pela bravura dos nossos reis que se debateram contra o jugo colonial português, a exemplo da Rainha Njinga Mbande, Mutu-Ya-Kevela, o rei Mandume, o rei Ekuikui entre outros anónimos, a soberania foi alcançada.
A continuidade heroica foi feita pelos nossos nacionalistas que, nas décadas de 1950 até o ano de 1975, se debateram heroicamente sem discriminação de cores partidárias. Todos participaram em torno de um denominador comum, que é a liberdade dos mais oprimidos, e assim foi alcançada a Independência Nacional.
Os ganhos da Independência Nacional até aqui alcançados têm si-o preservados pelos angolanos?
R.: Os ganhos ainda não foram alcançados de igual modo. Os nossos guerrilheiros lutaram com muito sacrifício, suor e lágrimas para um objectivo comum. Mas, hoje em dia, notamos alguma exclusão daqueles que deram toda a sua juventude em prol da causa nacional.
Todos os angolanos, de Cabinda ao Cunene, são chamados a participar, neste ano, da grande celebração dos 50 anos de Independência Nacional. Entretanto, olhando para as dificuldades de vida que aumentam a cada dia, acha que o povo se revê nessas celebrações?
O povo não se revê nos 50 anos da nossa Independência Nacional por causa das desigualdades sociais. No tempo colonial, o bacalhau chegava nas comunas, que naquela altura eram chamadas de Concelhos. Naquela altura, os bens de primeira necessidade chegavam com muita facilidade, apesar do facto de que Angola era uma província ultramarina de Portugal. O preço exorbitante para as festividades dos 50 anos da nossa “Dipanda”, não se justifica, quando do outro lado, angolanos recorrem aos contentores de lixo para se alimentarem. Os deentores do poder político têm que rever as suas políticas sociais. Angola é de todos os angolanos.