A Embaixadora de Angola em Portugal, Maria de Jesus Ferreira, reafirmou, Sábado, em Lisboa, o compromisso do Governo de continuar a trabalhar com a comunidade angolana, para resolver os problemas de falta de documentação dos cidadãos.
A diplomata informou existir ainda cidadãos com falta de documentação angolana, mas quando os mesmos recorrem aos postos consulares lhes é dado o devido esclarecimento sobre a sua situação e que passos devem seguir para obtenção de documentos.
Maria de Jesus Ferreira reagia às inquietações de representantes de associações angolanas na Diáspora e de estudantes, que têm a ver com a falta de documentação, legalização e alojamento em território português, num encontro de auscultação à comunidade.
Salientou ainda que a representação diplomática têm também prestado auxílio aos estudantes e doentes quando solicitam as instalações do Estado angolano.
Já a Cônsul de Angola em Lisboa, Vicência de Brito, esclareceu que o consulado tem realizado campanhas para que os cidadãos possam tratar os cartões consulares, BI e passaporte em várias zonas de Lisboa.
Sobre os angolanos reclusos em Lisboa, Vicência de Brito informou que o Estado angolano tem trabalhado com as entidades competentes para resolução de problemas na documentação que muitos enfrentam e que também têm ajudado com kits de higiene para os mesmos.
No encontro, os cidadãos afirmaram que o número de angolanos tem aumentado e muita vezes chegam a Portugal sem nenhuma orientação e enfrentam dificuldades desde alojamento, falta de trabalho e problemas na sua legalização.
O representante da associação da Quinta do Mocho, Domingos Cipriano, referiu que em 2022 controlavam 437 angolanos, sendo que muitos membros, residentes em Portugal há mais de 20 anos, continuam sem nenhum documento de Angola.
Já Maria Daio, da Associação de Angolanos na Ilha da Madeira, solicitou às entidades angolanas a visitarem aquele arquipélago, por ter muitas oportunidades de trabalho para os angolanos e até mesmo para troca de intercâmbio com o Governo.
Por outro lado, a estudante Aline da Conceiçăo pediu ao Governo angolano a colocação em prática as políticas criadas para os jovens, porque muitas vezes ficam pelos documentos.
Em declarações à imprensa, o secretário do Bureau Político do MPLA para a Organização e Inserção na Sociedade, Gonçalves Muandumba, fez um balanço positivo da sua visita de trabalho em Portugal e prometeu levar todas as preocupações apresentadas pelos cidadãos às entidades competentes.
“É orientação do Presidente da República, João Lourenço, trabalhar com as comunidades na diáspora, para se ouvir as preocupações e problemas que enfrentam, sendo que as mesmas são ouvidas”, salientou.
Participaram no encontro mais de 220 pessoas de 45 associações angolanas e uma delegação de actuais e antigos deputados angolanos, liderada por Gonçalves Muandumba e João “Jú” Martins, ambos do MPLA.