A menos de três meses da realização do Fórum Pan-Africano para a Cultura da Paz em África, também denominado Bienal de Luanda, a ter lugar no país (pela 3ª vez), em Novembro próximo, augura-se maior proveito possível em torno dos temas a serem abordados, entre os quais figura a Educação, um pilar importante para o desenvolvimento da humanidade
A decorrer sob o lema “Educação, Cultura de Paz e Cidadania Africana como Ferramentas para o Desenvolvimento Sustentável do Continente”, o evento, de três dias (22 a 24/Novembro), é uma organização conjunta do Governo de Angola, da União Africana (UA) e Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
O mesmo tem lugar, coincidentemente, numa altura em que um dos segmentos do processo educativo, concretamente o sector da Educação, procura referenciar, cada vez mais, o “papel” e consequente valor do educador e da educação no contributo para a transformação de uma sociedade.
A importância do trinómio professor/educação/transformação pode compreender-se, ou reflectir, no lema definido para o presente ano académico (2023/2024), aberto oficialmente a 1 de Setembro no país, segundo o qual “a transformação na educação começa com o professor”.
De um modo geral, a educação constitui um factor fundamental no progresso social de um país, na medida em que propicia, em diferentes escalas, níveis de conhecimentos, bem como o “poder de transformar pensamentos, comportamentos e formas de coexistência entre diferentes sociedades”.
Entre os temas a serem abordados na 3ª edição da bienal, constam “o processo de transformação dos sistemas educativos e práticas inovadoras de financiamento no cotexto africano”, “os jovens, actores na promoção da cultura de paz e transformações sociais do continente” e “os desafios e oportunidades da integração do continente africano e perspectiva de crescimento económico”.
A agenda inscreve ainda matérias sobre “tecnologia e educação como ferramentas para alcançar a igualdade de género” e “alterações climáticas: desafios éticos, impactos, adaptação e vulnerabilidade”.
Já o capítulo cultural vai reservar um programa com visitas a instituições artísticas, museus e lugares históricos, tendo sido realizadas uma série de acções públicas e oficiais, da fase preparatória, com realce para o Fórum Internacional Sobre as Mulheres para a Paz e Democracia.
No quadro da preparação da Bienal 2023, o plano de acção foi apreciado, em finais de Junho último, pela comissão multissectorial encarregue de criar as condições para a sua realização, durante um encontro orientado pela ministra de Estado para a Área Social, Dalva Ringote.
A reunião avaliou, entre outros, o plano de actividades e as atribuições de responsabilidades institucionais entre os três principais intervenientes do evento, nomeadamente o Governo de Angola, a União Africana e a UNESCO.
A terceira edição da bienal, à semelhança das anteriores, afigurase como um espaço privilegiado de promoção da diversidade cultural e unidade africana, no qual os participantes terão a oportunidade de discutir e definir estratégias para a prevenção da violência e de conflitos, com vista à “construção” de uma paz duradoura no continente.
Esta plataforma de reflexão e concertação congrega, além de governos, membros da sociedade civil, da comunidade artística e científica, do sector privado e de organizações internacionais.
No entanto, Angola, sob liderança do Presidente da República, tem contribuído fortemente em prol da pacificação em África.
Em Maio de 2022, João Lourenço foi distinguido com o título de campeão da paz e reconciliação em África, pela União Africana (UA), como resultado dos esforços que o país vem empreendendo na Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), na busca da paz, do diálogo e da estabilidade em vários países do continente.
O reconhecimento foi manifestado, em Malabo, capital da Guiné Equatorial, durante a Cimeira dos Chefes de Estado e de Governos desta organização regional.
Nos últimos tempos, a desenvoltura do país praticamente traduziu o território nacional numa “placa giratória” no que toca à concertação política e resolução de matérias ligadas à gestão e segurança de conflitos no continente.
África conheceu a experiência angolana em matérias do género, fundamentada nas acções em torno da pacificação da região dos Grandes Lagos e em missões de manutenção de paz ao nível regional, com realce para a mediação no conflito entre a República Democrática do Congo (RDC) e o Rwanda.
A Bienal de Luanda é uma plataforma que tem como objectivo promover as acções que contribuam para o fortalecimento do movimento Pan-africano e a manutenção de uma cultura de paz e não-violência no continente e no mundo, ancorados nas aspirações da União Africana, isto é, no compromisso de garantir uma África integrada, pacífica e próspera, em que os seus filhos assumam uma posição solidária nos processos de transformação económica e social em curso.