Carlos Pacatolo é o homem que se segue para o município do Lobito, depois de uma ronda negocial, segundo soube este jornal de fontes ligadas ao assunto. Inicialmente, conforme informações colhidas por este jornal, o politólogo não se revia na proposta, porque, segundo ele, queria ficar longe da política, acabando por declinar o convite do titular do governo de Benguela, no caso Luís Nunes.
As informações sobre a possível ida de Carlos Pacatolo para o Lobito começaram a ser veiculadas mo mentos depois de o governador ter exonerado Evaristo Calopa Mário do cargo. Nessa altura, Carlos Pacatolo ainda se ocupava das funções de director-geral do Instituto Superior Jean Piaget de Benguela.
Em círculos restritos, a Carlos Pacatolo é atribuído uma “nega” ao convite formulado pelo governador de Benguela, para, na qualidade de filho do Lobito, se ocupar do cargo de administrador, com a alegação de que estava melhor como investigador sénior do Afrobarómetro.
Entretanto, no final da manhã de terça-feira, 27, o governador provincial dissipou as dúvidas que ainda pairavam. Numa nota de imprensa, a que este jornal teve acesso, Luís Nunes, usando dos poderes delegados pelo Presidente da República, previstos nos termos do n.º 2 do artigo 201.º da Constituição da República, conjugado com o art.º 11.º da Lei n.º 15/16, de 12 de Setembro (Lei da Administração Local do Estado e a alínea i) do art.º 8.º do Decreto Executivo n.º 45/18, de 12 de Abril, que aprova o Estatuto Orgânico do Governo Provincial de Benguela, nomeou Carlos Bernabé Upindi Pacatolo para o cargo de administrador municipal do Lobito.
Em Junho, quando conferiu posse aos administradores municipais de Benguela, Catumbela, Baía-Farta e Caimbambo, o governador provincial, Luís Nunes, escusou se de se pronunciar sobre a vacatura deixada no Lobito, mas assegurou, na altura, que já tinha à mesa o nome do titular e que, na semana a seguir, se teria alguma informação.
“Penso que, para semana, vocês terão alguma informação”, respondeu o governante. Questionado quem era, Nunes disse “não posso dizer”. O facto, porém, é que Lobito ‘penou’ dois meses. Agora, com o despacho assinado e tornado público na terça-feira, Luís Nunes dissipa dúvidas e, por conseguinte, confirma uma informação avançada, há dois meses, por este jornal.
Fontes consultadas sustentam que, com essa nomeação, Nunes acaba por fazer uma jogada de mestre, uma vez que o adversário político do seu partido, a UNITA, tem, naquela cidade, um académico, no caso o sociólogo Juca Manjenje.
“O bom que o governador faz é nomear um experiente professor para travar o jovem”, resumiu uma fonte ligada ao MPLA, que não descarta a possibilidade de Carlos Pacatolo não vir a ser o secretário municipal, optando-se por um cenário de bicefalia, à semelhança do município de Benguela.