O secretário da presidência da UNITA para os assuntos eleitorais, Victorino Nhany, apelou ao Governo a autorização da entrega dos restos mortais de Jonas Savimbi à família, visando conferir-lhe um funeral condigno.
POR: Constantino Eduardo
Em Benguela
O político lançou recentemente este apelo no município da Catumbela, em Benguela, durante um acto político de massas, referindo que, passados 16 anos desde a sua morte, é chegado o momento de ser enterrado. O pedido de Nhany junta-se ao clamor da própria família de Jonas Savimbi, que nos últimos dois anos tem vindo a reclamar o corpo do seu ente querido falecido em combate a 22 de Fevereiro de 2002, no Moxico.
Segundo fontes deste jornal, além dos familiares, o actual líder da UNITA, Isaías Samakuva, tem encetado contactos nesse sentido com o Governo, não somente o corpo de Jonas Savimbi, também os de outros dirigentes desta força política falecidos nas escaramuças de 1992, em Luanda. Trata-se de Adolosi Mangos Alicerces, antigo secretário- geral, Elias Salupeto Pena, ex-representante deste partido na Comissão Conjunta Político Militar(CCPM), Jeremias Chitunda, antigo vice-presidente, e Eliseu Chimbili, que foi o coordenador deste movimento em Luanda.
Fontes familiarizadas com o assunto declararam a este jornal que o corpo de Jonas Savimbi só será entregue após a construção pelo Governo de um sarcófago na localidade de Lopitanga, no Andulo. Segundo as mesmas fontes, o desejo da família é que o ex-líder da UNITA seja enterrado com os seus dois sobrinhos (Elias Salupeto Pena e Arlindo Chenda Pena ”Ben Ben”).
Recentemente, especulou-se haver sinais de o Presidente da República, João Lourenço, autorizar a entrega do corpo do Jonas Savimbi e de outros dirigentes, tendo encaminhado o assunto ao Ministério do Interior para outros procedimentos administrativos e técnicos. Jonas Malheiro Savimbi nasceu no dia 3 de Agosto de 1934, no Munhango, município do Andulo, província do Bié. Fundou a UNITA em 1996, no Muangai, província do Moxico.