O representante permanente de Angola nas Nações Unidas, Francisco José da Cruz, afirmou, na última Terça-feira, em Helsínquia, Finlândia, que o país tem potencial para se tornar um dos principais actores no domínio do agronegócio em África, devido aos seus solos férteis e ricos, e às condições naturais favoráveis
De acordo com uma nota do Ministério das Relações Exteriores (MIREX), o diplomata proferiu estas declarações durante a sua intervenção no Segundo Fórum dos Países Menos Avançados (PMA) da ONU, que decorreu de quatro a seis de Março sob o lema “Inovação para a transformação estrutural nos PMA”.
Na ocasião, o embaixador lembrou que Angola já foi um grande produtor e exportador de produtos agrícolas, incluindo café, algodão e banana.
Entretanto, fez saber que as exportações destes produtos praticamente cessaram na década de 90, como resultado do conflito interno que terminou em 2002, o que levou ao colapso da produção agrícola comercial.
“O potencial agrícola de Angola permaneceu inexplorado desde então, representando uma importante oportunidade de investimento. Apenas 10% dos 35 milhões de hectares de terras aráveis do país estão, actualmente, a ser cultivados.
Para se tornar uma potência no continente africano, o sector está a ser transformado para satisfazer as necessidades do seu povo, concretizar o potencial económico e responder aos desafios e preocupações ambientais”, salientou.
Para alcançar este desiderato, avançou que o Governo angolano está a intensificar os seus próprios esforços, tais como a Estratégia Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (ENSAN 2021-2030) e trabalha com parceiros de desenvolvimento para implementar projectos transformadores com um papel de liderança desempenhado pelo sector privado na inovação tecnológica.
Salientou que o Executivo prioriza a necessidade de diversificação económica, tendo criado o Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição de Importações (PRODESI), que está a incentivar a investigação, o desenvolvimento de capacidades, a inovação e a transformação digital para promover o empreendedorismo, particularmente em projectos orientados para a exportação.
O fórum visa apoiar os Países Menos Avançados nos seus esforços para implementar o Plano de Acção de Doha para os PMA 2022-2031.
Foi co-organizado pelo Gabinete do Alto Representante das Nações Unidas para os Países Menos Desenvolvidos, Países em Desenvolvimento sem Litoral e Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (ONU-OHRLLS) e pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da Finlândia.