Adilson Hach ou Justino Capapinha, um destes concorrentes deverá substituir no cargo o secretário nacional cessante, Crispiniano dos Santos, durante o IX Congresso Ordinário da JMPLA, que tem início amanhã, 21, e encerra no dia 23, em Luanda, sob lema “JMPLA – Pela pátria ao serviço da juventude”.
Assim, depois de intensa campanha realizada pelos dois concorrentes ao cadeirão máximo da JMPLA, a organização do conclave reserva o dia de hoje à reflexão dos mais de mil 800 delegados, que terão a possibilidade de escolher, por via do voto, o novo timoneiro que conduzirá os destinos da estrutura para o quinquénio 2024 /2029.
As expectativas são bastante altas, pois a organização juvenil do MPLA tem, acima de tudo, como fazem referência os seus militantes, vários desafios, entre os quais o resgate da mística da organização, o que implicará maior redinamização, assim como engajamento às eleições gerais agendadas para 2027.
As performances dos concorrentes, tendo em conta as linhas de força para o mandato, são a base para a decisão dos delegados com direito a voto, tendo em conta, segundo comentários, que este conclave está a ser dos mais renhidos dos últimos tempos, o que revela a importância que é dada a JMPLA, quer enquanto filial do partido no poder, quer como maior organização juvenil do país.
“A JMPLA é o viveiro do partido MPLA. Esta organização fez nascer os principais quadros do partido que hoje despontam em vários sectores não só da vida política em particular, como também no sector público dado os valores que ela em si encerra.
Portanto, estamos a falar de uma grande organização que esteve ‘adormecida’ e que agora tem a soberana oportunidade de fazer melhor”, aditou um quadro sénior da JMPLA.
Esperança Para este militante, a escolha do novo secretário deve ser vista como o renascer da esperança, da inclusão e da prosperidade, a julgar pelos feitos que a JMPLA teve no passado, sem perder de vista os seus principais concorrentes da praça política, o que requer preparação, destreza, sabedoria e ousadia à nova liderança. “A JMPLA tem de renascer.
Os olhos para esse renascimento não estão apenas a cargo dos militantes da organização, mas da sociedade de modo geral, daí que as expectativas são bastante altas, por um lado.
Por outro, não se pode esquecer que a nossa oposição também cresceu e tem à testa jovens com capacidade de oratória e de argumentação, daí que não podemos ficar atrás.
As nossas duas propostas estão à altura de responder a esse desafio”, destacou, evitando dar nota à sua preferência.
Um outro militante acredita, por seu turno, que a nova liderança a sair deste congresso, independente de quem venha estar à cabeça, a própria organização, bem como o partido, estão prontos a trabalhar juntos, sem dar brecha aos principais adversários políticos que à partida já são conhecidos, sobretudo na JURA e na UNITA em Luanda.
“É importante nos atermos aos dados estatísticos se quisermos olhar para o que ocorreu em 2022. Isso para nós é passado, os resultados estão disponíveis e o que resta agora é o redobrar de estratégias que de certeza estão consignadas em qualquer um dos candidatos.
Posso-lhe garantir que haverá surpresas, pois, já pensamos em como conquistar o jovem que se fará em 2027”, argumentou que o que está em causa não são apenas votos, senão o resgate de uma juventude disciplinada, comprometida com as causas do país, que tenha valores e saiba respeitar os mínimos éticos.
A Organização
A JMPLA foi fundada em Leopoldville (actual Kinshasa), antigo Zaire, hoje República Democrática do Congo, a 23 de Novembro de 1962, no limiar da primeira guerra de Libertação Nacional, cujo marco final ocorreu a 11 de Novembro de 1975, com a proclamação da independência nacional.
Os concorrentes
Adilson Amado Marmane Hach: Nasceu na província do Namibe a 03 de Janeiro de 1996. É licenciado em direito, especialista em direito autárquico pela Universidade Gregório Semedo e técnico superior de contabilidade e gestão, na universidade Mandume Ya Ndemufayo.
É membro do comité central do MPLA e da comissão executiva do comité provincial do Namibe. Domina língua portuguesa, inglesa e a nacional Nyaneka Umbí.
Justino Capapinha: De nome próprio Justino Fernando de Castro Capapinha, nasceu em Luanda, aos 13 de Maio de 1995. Licenciado em direito, pela Universidade Autónoma de Lisboa, fala e escreve fluentemente português e inglês.
É membro do comité central do MPLA, tendo igualmente sido eleito delegado ao VIII Congresso Ordinário do MPLA, ocorrido de 09 a 11 de Dezembro de 2021. Integrou o secretariado cessante.