O deputado Nuno Álvaro Dala do grupo parlamentar da UNITA arrisca-se a perder o mandato, caso a Assembleia Nacional aprove por maioria a retirada provisória das suas imunidades, conforme pedido do Tribunal Supremo que pode vir a julgá-lo por calúnia, difamação e injúria a favor do magistrado do Ministério Público, Beato Manuel Paulo
Em declarações exclusivas a OPAÍS, o deputado do grupo parlamentar da UNITA, Nuno Álvaro Dala, confirmou nesta Segunda-feira, 20, as informações que pesam sobre si, relativa- mente a um pedido de retirada das imunidades pelo Tribunal Supremo, para que o mesmo venha a ser julgado por calúnia e difamação, a favor do procurador Beato Manuel Paulo.
O caso resulta de investigações por conta de denúncias, publicadas em diversos jornais físicos e electrónicos, bem como na rede social Facebook, entre os anos de Janeiro a Maio de 2020, em que Nuno Dala, na altura dos factos activista social, acusara o magistrado Beato Paulo (queixoso) como sendo corrupto e figura envolvida em esquemas pouco abonatórios na Procuradoria-Geral da República (PGR).
Embora o deputado tenha confirmado o que recai sobre si, salientou que se trata de mais um episódio da justiça angolana, que pretende retirá-lo do Parlamento, onde acredita que tem vindo a contribuir para o bem do país, depois de ter sido eleito em 2022, alistado pelo partido UNITA por via da plataforma política não legalizada Frente Patriótica Unida (FPU). Esclareceu, no entanto, que em 2021 fora notificado pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC) para prestar declarações, o que prontamente atendeu.
Na altura, segundo disse, deixou claro que não teria problemas em voltar para aquele órgão castrense ou ainda em sede do tribunal para provar as acusações contra o acusara o procurador. De acordo ainda com Nuno Da- la, depois de algum tempo nada mais foi referenciado sobre o pro- cesso, razão pela qual não entende por que motivo o mesmo volta a estar em cena.
Nuno lembra que em 2022, já na qualidade de candidato a deputado, recebeu uma chamada da DNIAP, tendo respondido que naquela qualidade não podia ser constituído arguido. “A lei é clara, o candidato a deputado não pode ser constituído arguido”, defendeu-se, na altura, via telefone Acto contínuo, disse que no gabinete da presidente da Assembleia Nacional ‘inundaram’ cartas assinadas pelo Procurador-Geral da República, inicialmente, e a última foi assinada pelo presidente do Tribunal Supremo, Joel Leonardo, que solicita que o deputado seja apresentado àquele órgão para ser constituído arguido.