A polémica em torno da compra de automóveis Lexus para os deputados da Assembleia Nacional está a enfurecer a população, suscitando uma campanha contra a medida e apelos a que se use o valor da transacção para o sector da Educação, tendo em conta o número abismal de crianças que neste ano Lectivo ficará fora do sistema de ensino
Por: Neusa Felipe
O deputado pelo grupo parlamentar da UNITA Alicerces Paulo Bartolomeu “Aly Mango” afirmou em declarações a O PAÍS que as 200 viaturas de marca ‘Lexus’ adquiridas foram compradas na Legislatura anterior.
O também secretário-geral da JURA, braço juvenil da UNITA, “Aly Mango”, confirmou que a Assembleia Nacional comprou 200 automóveis Lexus para os deputados, justificando que foram comprados pelo Governo na Legislatura anterior, com o dinheiro do Orçamento Geral do Estado (OGE) referente ao ano de 2017.
O jovem deputado, que pela primeira vez integra o Parlamento, avançou que os referidos carros pertencem à Assembleia Nacional e que não têm nada a ver com o actual OGE, razão por que os deputados não têm muito a fazer a respeito do assunto.
“São 200 viaturas turismo de marca Lexus adquiridas para cada um dos deputados. Os deputados já começaram a receber e a entrega está a ser efectuada por ordem alfabética”, afirmou, explicando, por outro lado, que o OGE 2018 está ainda a ser discutido nas Comissões de especialidade e que os trabalhos vão terminar com a sua aprovação global a decorrer no dia 15 de Fevereiro próximo. Fez saber ainda que estão a ser auscultados os ministros no sentido de averiguar se de facto o OGE disponibilizado corresponde com o seu programa implementado.
“Estamos a exigir que mesmo que não se faça uma grande alteração, haja, pelo menos, um reajuste nos sectoreschave da sociedade, e se reduza nas áreas que não apresentam nenhuma necessidade. Vamos esperar que a bancada maioritária do MPLA tenha uma percepção a fim de se fazer esses reajustes”, salientou, avançado que o Ministério das Finanças deu garantia de estar a trabalhar no sentido de se rever as áreas mais sacrificadas a nível social.
Corte de regalias
O deputado desmentiu a informação que dá conta do alegado aumento no salário dos deputados, alegando que, ao contrário do que está a circular na media, os deputados sofreram alguns cortes de subsídios, tendo beneficiado apenas de um reajuste de cinco por cento que estava já previsto no salário de toda a função pública.
“Há razões sim de haver esse barulho, mas não se deve atacar só os deputados, achamos que o Executivo, por exemplo, faz mais despesas com governadores, administradores e secretários de Estado. Se temos que apertar os cintos, achamos que todos, a nível do Executivo, têm que apertar esses cintos”, considerou.