À saída de uma audiência ontem, 20, que lhe foi concedida pela Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, a presidente da Assembleia Parlamentar da Organização dos Estados de África, Caraíbas e Pacifico (OEACP), a moçambicana Ana Rita Sihole, enalteceu os esforços que Angola tem feito no sentido da equidade de género
O encontro que surge na sequência dos trabalhos que estão a ser realizados por essa organização em Luanda, tendo servido para a responsável agradecer o acolhimento que Angola proporcionou ao evento, depois de a agenda ter sido alterada em função da instabilidade que o Níger atravessa, sendo o país que devia ter acolhido o evento em Novembro do ano passado.
Entretanto, a deputada Ana Rita Sihole considera imperioso o impulso à juventude, em particular as do sexo feminino, embora reconheça ser ainda um processo, mas a seu ver têm sido verificados avanços significativos sobre a equidade do género que embora seja constitucional muitos países não cumprem.
Por isso, reconhece os esforços de Angola, na pessoa da presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira e da Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, em relação aos cargos que desempenham é uma demonstração de avanço neste sentido numa altura em que se vai celebrar 50 anos de independência.
A responsável assinala que o seu país tem igualmente feito caminho nesta direcção, em que o Presidente Filipe Nyuse é rodeado de titulares de altos cargos a serem exercidos por mulheres, e esse exemplo também estende-se à África do Sul e ao Malawi, mas que quer ver estendido aos demais países da região.
Ainda ontem, 20, no período da manhã, a Vice-Presidente da República, recebeu o secretário-geral do Grupo de Estados da África, Caraíbas e Pacífico (ACP), o angolano, Georges Chicoti, com o mesmo propósito, de apresentar gratidão ao Presidente da República de Angola pelo acolhimento.
Georges Chicoti disse que o encontro com a Vice-Presidente visou informar tudo o que está a acontecer, o que considerou “tão importante encontro internacional que Angola albergou com prestígio”.
O secretário-geral do Grupo de Estados da África, Caraíbas e Pacífico (ACP) informou ainda que os trabalhos começaram há uma semana, e dadas as condições que Angola colocou às delegações parlamentares e pelo facto de o Presidente João Lourenço ter aceitado o desafio de albergar o evento, a ACP deve um agradecimento.
De acordo com Georges Chicoti, neste momento, África, Caraíbas e Pacifico concluíram as suas assembleias constitutivas, criaram as suas direcções e os seus bureaux, que no quadro do acordo de SAMOA, com as ratificações do documento, passam a ter relações directas com a União Europeia.
São membros da OEACP 79 países, destes apenas 66 assinaram o acordo, precisando-se até Maio das assinaturas de 45 países, para a sua ratificação e implementação, a partir de Junho.
Georges Chicoti receia que caso até Junho todos os países membros não assinem, o prazo poderá ser prorrogado e adiar as vantagens que o mesmo apresenta.
“Neste momento, estamos a trabalhar na sensibilização para que os outros países adiram ao acordo e aproveitem as vantagens, sobretudo os menos desenvolvidos”, disse.
Entre as vantagens do acordo de SAMOA, destaca-se o financiamento, sem reembolso, para o desenvolvimento.
São USD 30 mil milhões destinados para África, USD 80 milhões para Caraíbas e USD 500 milhões para o Pacifico destinados a projectos de desenvolvimento que os próprios países podem apresentar, no prazo de até dez anos, a partir da ratificação.
Por: José Zangui