O IX Congresso Ordinário da JMPLA, cuja abertura se deu ontem no Complexo Futungo II, em Luanda, entre outros assuntos na agenda dos delegados, reserva hoje a eleição do (novo) primeiro-secretário nacional da organização juvenil do MPLA, fundada no dia 23 de Novembro de 1962, em Leopoldville, hoje Kinshasa, República Democrática do Congo (RDC), para o plano Programático 2024/2029.
Na corrida ao cadeirão máximo do braço juvenil do MPLA, para substituir o cessante Crispiniano dos Santos, figuram Adilson Hach, 28 anos, e Justino Capapinha, 30 anos.
Para o efeito, o conclave conta com 1.795 delegados, distribuídos em várias comissões de trabalho, à luz dos estatutos da JMPLA, sendo que têm também o direito de voto.
Nesse sentido, documentos inerentes ao mandato cessante, assim como do elenco que está por assumir novas funções, serão discutidos e aprovados em sede do encontro, cujas cortinas se fecham amanhã com a divulgação do (novo) secretário nacional da organização fundada em 1962 na antiga Leopoldville.
No quadro das novas transformações políticas que vão ocorrendo, nos últimos tempos no país, a JMPLA aproveita o IX Congresso Ordinário para actualizar os seus estatutos.
Aliás, o secretário nacional cessante, Crispiniano dos Santos, avançou que o número deverá chegar aos 335 membros, a fim de dar resposta aos desafios políticos que as novas províncias terão no próximo ano.
“Face ao surgimento de três novas províncias, surge a necessidade do alargamento da composição do Comité Nacional da JMPLA”, disse o secretário nacional cessante da JMPLA.
Em razão disto, Icolo e Bengo, Kassai Zambeze e Cubango são as novas províncias que resultaram da divisão de Luanda, capital da República de Angola, Moxico e Cuando Cubango.
O conclave, que vai decorrer sob o lema “JMPLA – Pela Pátria ao Serviço da Juventude”, entre outros pontos, vai discutir a teses focadas no patriotismo, orgulho, amor e devoção à pátria. Porém, o alinhamento do braço juvenil do MPLA às transformações sociais, políticas e económicas do país.
A promessa dos candidatos
No âmbito da campanha eleitoral, desempenhada por Adilson Hach e Justino Capapinha, foram feitas promessas que merecerão atenção de quem vai escolher o seu líder.
Assim, em linhas gerais, reafirmou a contínua mobilização dos jovens e o incremento de maior poder aos comités comunais da organização como as principais âncoras do seu mandato.
E caso vença o pleito, realçou que a base representa a primeira escola do militante, sendo nela que ele, na sua fase inicial, tem contactos prévios com os estatutos, valores e programas, daí a necessidade de maior atenção.
Adilson Hach reconhece ainda que os responsáveis dos comités comunais e coordenadores dos núcleos desenvolvem um papel muito importante nas zonas em que estão inseridos, transmitindo sempre a mensagem de esperança com coerência, ao mesmo tempo que defendem princípios do partido.
Por sua vez, Justino Capapinha, com o lema “Novos tempos, novas atitudes”, entre outros pontos da sua campanha, garantiu que os jovens são a força motriz da organização juvenil.
Por conta disto, afirmou ainda que pretende materializar o espírito dos estatutos, da tese e do plano programático da JMPLA, assim como prestar atenção particular e regular aos militantes, quadros e dirigentes da organização.
Justino Capapinha fez saber que assegurar o crescimento qualitativo e quantitativo, organizacional e material para as suas estruturas, tendo em conta a aceleração na produção e distribuição do material de propaganda, cartão de militante e outros documentos reitores da JMPLA.
Desafios internos e externos
Em sede da campanha para o cargo de primeiro-secretário nacional da JMPLA, que hoje vai a votos, Adilson Hach e Justino Capapinha apresentaram argumentos de razão ao eleitorado.
Os dois candidatos, com programas distintos, circularam em várias províncias do país, caçando votos e convencer quem, de facto, se identificaria com o programa de acção.
Como é evidente, Adilson Hach e Justino Capapinha sabem, à partida, dos desafios internos e externos que têm com a maior franja da sociedade angolana nos próximos tempos. Internamente, resgatar a mística da JMPLA nas bases e tornála mais dinâmica para os tempos que se avizinham é tarefa do candidato que vencer o pleito que se realiza hoje.
Apostar na formação dos jovens e os tornar mais inclusivos socialmente é também um dos desafios internos da JMPLA, segundo os seus princípios e o estatuto que a norteia.
As políticas de empregabilidade da juventude e outros assuntos da esfera do braço juvenil do partido fazem parte das contas dos candidatos que hoje vão a votos no Complexo Futungo II, em Luanda.
Quanto aos desafios internos, a JMPLA tem noção dos problemas nos quais anda mergulhada a juventude angolana. Por isso, o vencedor do pleito, cujos resultados serão divulgados amanhã, tem a obrigação de ser a ponte com os micro e macro programas do Executivo.
Aliás, as agendas de políticas sustentáveis, voltadas à juventude, devem ser tidas em conta, porque a aposta na formação de quadros é uma responsabilidade colectiva.
A política de promoção de quadros, para os desafios externos, deverá assentar em aspectos como acordos colectivos e outros de natureza organizacional com organizações ligadas ao sector.
Adilson Hach
Nasceu em Moçâmedes, província do Namibe, aos 03 de Janeiro de 1996. É técnico superior em Contabilidade e Gestão, licenciado em Direito, especialista em Direito Autárquico e pós-graduando em Finanças e Negócios Empresariais, fala português, inglês e Nyaneka Umbi.
Foi o 1.º coordenador do Núcleo da JMPLA “Njinga Mbandi”, secretário para Informação e Propaganda do Comité de Especialidade JMPLA do ensino superior; coordenador da Comissão de Auditoria e Disciplina do Comité Municipal da JMPLA de Moçâmedes; 2.º secretário do Comité Provincial do Namibe, membro do Comité Nacional da JMPLA – membro do Comité Provincial e da sua Comissão Executiva e membro do Comité Central.
Justino Capapinha
Natural de Luanda, nasceu aos 13 de Maio de 1995. É membro do Comité Central do MPLA desde 2021, eleito no VIII Congresso Ordinário do MPLA.
Jurista de formação e especialista em Direito e Prática do Procedimento e do Processo Administrativo; licenciado em Direito, fala e escreve fluentemente português e inglês.
Foi pioneiro da Organização de Pioneiros Angolanos – OPA, por influência dos seus pais, que impulsionaram a sua veia política ideológica no MPLA.
Transitou da OPA para a JMPLA, tendo ingressado no município da Ingombota, comuna do Maculusso, e foi eleito coordenador do Núcleo do Colégio Elizangela Filomena do Comité do Ensino Médio da JMPLA. Foi membro do Comité Local da JMPLA de Portugal.
Já formado e imbuído do espírito patriótico, regressou para Angola com objectivo de dar continuidade à sua militância activa na JMPLA, no quadro do Processo Orgânico do VIII Congresso Ordinário da JMPLA.
Foi delegado ao VIII Congresso Ordinário da JMPLA, onde foi eleito membro do Comité Nacional da JMPLA para o mandato cessante.