Os ministros das Relações Exteriores e do Ambiente, Manuel Augusto e Paula Coelho, participaram ontem, Sexta-feira na reunião ministerial de preparação da 1ª Cimeira dos Chefes de Estado e de Governos da Comissão do Clima da Bacia do Congo, a decorrer hoje, Sábado, em Brazzaville, República do Congo.
A cimeira, de âmbito internacional, procederá ao balanço das actividades da Comissão e do Fundo Azul, como resultado de uma iniciativa virada para a protecção da fauna e da flora dos países que partilham a bacia do rio Congo. Deverá agrupar quase 20 chefes de Estado africanos, bem como os presidentes do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e da Comissão da União Africana (UA). O seu objectivo é recolher fundos que serão destinados a financiar programas e projectos nos domínios da economia azul, da economia verde e da luta contra as mudanças climáticas.
Inclui também o combate à pobreza, em conformidade com o espírito da Declaração de Marraquexe. Segundo alguns peritos, após diferentes etapas alcançadas pelo processo desde a COP22, “chegou o tempo de operacionalizar o Fundo Azul Clima”. O Fundo Azul para a Bacia do Congo representa um fundo internacional de desenvolvimento que visa permitir aos Estados da sub-região da Bacia do Congo passarem de uma economia ligada à exploração florestal para uma economia baseada cada vez mais nos recursos provenientes da gestão de águas, nomeadamente as de rios.O acordo sobre a criação deste Fundo foi assinado a 9 de Março de 2017 em Oyo, cidade situada a quase 400 quilómetros a Norte de Brazzaville.
Com quase 220 milhões de hectares de florestas, a Bacia do Congo é o segundo pulmão ecológico do planeta, após a Amazónia. A Bacia do Congo estende-se por 10 países da África Central, designadamente Angola, o Burundi, os Camarões, o Gabão, a República Centro-africana, a República do Congo, a Guiné Equatorial, a República Democrática do Congo, o Rwanda e a Tanzânia. O rio Congo, também conhecido por rio Zaire, é o segundo maior de África, com uma extensão de 4.700 quilómetros. Em termos de vida aquática, tem 700 espécies de peixes, vários répteis e uma vasta fauna e flora. O fundo serve para a recolha de verbas destinadas ao financiamento de programas e projectos no domínio económico e na luta contra as mudanças climáticas, e no combate à pobreza.